Na última terça-feira (10), em um ato solene realizado na Câmara Municipal de São Paulo, Eliana Santos, enfermeira supervisora do Hospital Cantareira, unidade gerenciada pela SPDM, recebeu o título de Diplomata Civil Humanitária Internacional, concedido pela Jethro International. A honraria reconhece a trajetória profissional da homenageada, que se destaca por sua dedicação aos pacientes e à comunidade.
A Jethro é uma organização sediada na Europa, que reconhece com o título de Diplomata Civil pessoas que atuam em causas humanitárias, a fim de incentivar e contribuir para projetos em áreas de vulnerabilidade social. O título recebido por Eliana permite que ela atue e exerça seu papel de diplomacia humanitária em diversos países.
Eliana foi empregada doméstica por 16 anos na mesma residência, em uma área nobre de São Paulo. Ela morava no emprego e recorda que era chamada com um sino pelas patroas. Começou a trabalhar com 18 anos e saiu dessa casa sem nunca ter tirado férias. Aos 29 anos, Eliana iniciou a faculdade de enfermagem já com o desejo de trabalhar com a população em situação de rua e com pacientes em uso de substâncias químicas. “Um dos meus sonhos era levar o Sistema Único de Saúde (SUS) a lugares de difícil acesso”, diz.
Meses depois, Eliana começou a trabalhar no antigo Cratod, hoje Hub Cuidados de Crack e Outras Drogas, onde atuou por quase cinco anos. Depois, através do programa Consultório na Rua, Eliana continuou a prestar atendimento a usuários em locais de alta vulnerabilidade, como debaixo de viadutos, em matas fechadas e às margens de rios.
“Sinto uma profunda gratidão por cada gesto e cada olhar de confiança que recebo. Atuar em locais difíceis alegra minha alma, tanto como enfermeira, quanto como ser humano”, afirma. Atualmente, ela é Supervisora de Enfermagem no Hospital Cantareira e faz mestrado na Universidade de São Paulo (USP).
Voluntariado em Moçambique
Nos últimos três anos, Eliana tem realizado trabalho voluntário em Moçambique. “Ser enfermeira é ser porto seguro para aqueles que enfrentam tempestades na vida, seja no Brasil, em meio às Cracolândias, ou na África, em cenários de vulnerabilidade social”, diz Eliana. Durante as férias, ela viaja para se dedicar a pacientes do outro lado do oceano.
Eliana dedica sua atenção a mulheres catadoras de reciclagem no maior aterro sanitário de Moçambique, conhecido como lixeira de Hulene B. Além disso, realiza, com adolescentes que estão prestes a deixar o orfanato, oficinas de pão caseiro e sabão líquido.









