O primeiro sinal é uma coceirinha na base das narinas, que vai aumentando gradativamente até “subir” para a parte interna do nariz. Pode ser que o primeiro sinal seja apenas um engano, pois por poucos segundos a sensação não está mais lá, até que vem e você não consegue segurar e a-a-a-atchim! Saúde! Isso foi um espirro!
Quando espirramos podemos expelir mais de 100 mil germes, alocados nas inúmeras partículas virais que se espalham pelo ar, podendo disseminar doenças – por isso é tão importante por a mão na boca quando tossimos ou espirramos.
Mas a pergunta que tanto queremos responder é: por que espirramos?
“Espirrar é uma resposta fisiológica à irritação do revestimento epitelial respiratório do nariz. O processo geralmente começa com a liberação de substâncias químicas como a histamina ou leucotrienos. Essa liberação química é causada por infecções virais respiratórias, partículas filtradas, alérgenos (substâncias que desencadeiam reações alérgicas) ou irritantes físicos, tais como fumaça, poluição, perfumes e ar frio. Isso leva a fuga de líquido dos vasos do nariz, causando sintomas de congestão nasal e gotejamento. Além disso, as terminações nervosas são estimuladas, o que leva à sensação de coceira”, explica George Teixeira , neurologista infantil do Hospital Luzia de Pinho Mello, de Mogi das Cruzes.
Os irritantes que podem provocar espirros são vários, como frio repentino, luminosidade intensa, poeira, vírus e bactérias, que são encarados como agressões.
Simplificando, podemos dizer que o espirro é causado por uma irritação ou por um bloqueio de bactérias na garganta, pulmões e passagens de ar do nariz. E tem uma função muito nobre: expulsar do corpo algo que está incomodando o organismo. “O espirro é uma expiração espasmódica violenta, súbita e audível de ar através do nariz e da boca, especialmente como um ato reflexo”, descreve o neurologista.
O nariz é o principal caminho pelo qual o ar entra e sai das vias respiratórias e, devido à sua posição, ele (o nariz) tem várias funções.
“A via aérea estreita faz com que o ar inspirado flua com maior turbulência que, por sua vez, aumenta a interação entre a corrente de ar e a mucosa nasal, permitindo a troca de calor e umidade, e a limpeza de partículas que ali estão”, explica George Teixeira.
Mas, como ocorre?
A coceirinha provocada por partículas irritantes da via respiratória estimula uma terminação nervosa que leva à ativação de um reflexo no interior do cérebro. O impulso nervoso viaja pelos nervos sensitivos para o sistema nervoso central que, por sua vez, reflete para os nervos que controlam os músculos da cabeça e pescoço, o que leva à rápida expulsão de ar.
“A alta velocidade do fluxo de ar é conseguida pelo aumento da pressão no interior da caixa com as cordas vocais fechada. A súbita abertura das cordas permite que o ar pressurizado flua de volta ao trato respiratório expulsando assim as partículas irritantes da mucosa do nariz”, explica o neurologista.
Espirros também podem ser tratados
“Vários medicamentos estão disponíveis para ajudar a controlar essa reação. Os anti-histamínicos atuam principalmente bloqueando a ação da histamina nos receptores localizados nos vasos sanguíneos no nariz. Descongestionantes estimulam os receptores situados nos mesmos vasos e diminuem a congestão nasal, diminuindo a irritação da mucosa. Esteróides nasais tópicos são utilizados em pacientes alérgicos ao reduzir o número de células inflamatórias e, em última análise, inibindo a liberação de histamina”.