O que é exatamente o colesterol?
O colesterol é um tipo de lipídio (gordura) encontrado em três lugares: nas células, nos alimentos e no sangue. O colesterol é um nutriente vital, necessário à produção de hormônios no organismo, ao desenvolvimento das paredes celulares e à produção dos ácidos essenciais para a decomposição e a digestão de gorduras. Em algumas partes do organismo, os níveis de colesterol são altos – e isso é muito bom. Por exemplo, as células da pele contêm bastante colesterol, o que as torna altamente resistentes à água e as protege contra a desidratação. O cérebro também contém altos níveis de colesterol.
Quando o colesterol é calculado, mede-se a quantidade dele que circula no sangue. Mais especificamente, são verificados os três tipos de colesterol do organismo: LDL, HDL e VLDL, sendo que esse último raramente é medido diretamente. São fornecidos, então, três valores: a quantidade de colesterol total, a quantidade de LDL e a quantidade de HDL. Muitas vezes, o valor do colesterol LDL é obtido subtraindo-se a quantidade do colesterol HDL da quantidade do colesterol total.
Quando o colesterol se torna um problema?
Os problemas surgem quando temos colesterol em excesso e do tipo errado no sangue, o que pode prejudicar nossas artérias. Em geral, ter um nível alto de colesterol total é ruim, porque ele promove envelhecimento arterial. Por exemplo, para cada aumento de 1% – digamos, de 200 a 202 miligramas por decilitro (mg/dl) – no nível geral de colesterol em homens de meia-idade, o risco de doenças cardiovasculares aumenta 2%.
Muito mais importante do que os níveis de colesterol total de uma pessoa é a proporção do colesterol LDL para o HDL. A maior parte das pessoas com alto nível geral de colesterol também apresenta alto nível de colesterol LDL – este é chamado de “colesterol ruim”, pois envelhece as artérias. As moléculas do LDL fornecem colesterol às células em todo o organismo. Quando o nível de colesterol aumenta, o excesso de moléculas de LDL na corrente sanguínea pode se ligar a pequenas rupturas ou lesões no revestimento da parede arterial. Isso desencadeia um processo que pode causar placas arteriais e o envelhecimento das artérias.
O colesterol HDL, por outro lado, é chamado de “colesterol bom”, pois remove o excesso de colesterol das artérias. Quanto mais HDL tivermos, menos excesso de colesterol LDL teremos no sangue e menos as artérias envelhecerão. Infelizmente, as pessoas com alto HDL (acima de 56 mg/dl) são a exceção, e não a regra.
Quais são os números importantes?
Os níveis a seguir estão relacionados a um rápido ritmo de envelhecimento arterial. Se qualquer um desses níveis se aplicar a você, procure um médico e converse sobre as diversas formas de controlar o colesterol:
– nível de colesterol total acima de 200 mg/dl;
– nível de colesterol ruim (LDL) superior a 120 mg/dl;
– nível de colesterol saudável (HDL) inferior a 35 mg/dl.
É fácil manter as artérias jovens. Para isso, basta fazer substituições simples que evitam o envelhecimento arterial, de maneira a diminuir o colesterol ruim e aumentar o colesterol saudável: cozinhando com azeite no lugar do óleo de soja e consumindo pequenas porções diárias de nozes, avelãs e abacate, por exemplo. Você também pode deixar suas artérias mais jovens com outras escolhas alimentares que diminuem a pressão arterial, baixam os níveis de homocisteína e elevam o potássio, como o consumo de peixe e de outros alimentos que contêm licopeno, encontrado principalmente em frutas e vegetais. A seguir, relacionamos alguns alimentos importantes no controle do colesterol.
Alimentos RECOMENDADOS
- Leite desnatado, leite de soja, iogurte desnatado, queijo branco, ricota.
- Prefira as carnes magras, como patinho, coxão mole, coxão duro, lagarto e alcatra. O frango deve ser consumido sem pele.
- Peixes: pescada-branca, sardinha, atum, cavala e salmão.
- Ovo cozido: consuma somente um por semana (desde que não seja frito). Atenção às preparações à base de ovos: massas, panquecas, bolos, tortas etc.
- Verduras, legumes e frutas.
- Farelo de aveia, aveia em flocos, cereais integrais.
- Feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja.
- Margarina e óleos (de soja, canola, milho, girassol) em pequenas quantidades.
- Temperos naturais, como alho, cebola, cheiro-verde e sal (sem excesso).
Alimentos NÃO RECOMENDADOS
- Leites e derivados: leite integral, requeijão, creme de leite, leite condensado, leite de coco, catupiry, queijos (prato, parmesão, provolone, muçarela e demais queijos amarelos), além da manteiga.
- Industrializados: salgadinhos e patês industrializados, ketchup, mostarda, maionese, caldos e molhos prontos.
- Carnes: carnes gordas, hambúrguer, linguiça, salsicha, salame, presunto, apresuntado, toucinho, bacon, carne-seca, pele de frango, miúdos (rim, língua, fígado de boi) e gordura animal, como banha.
- Ovos: gema de ovo.
- Frutos do mar: camarão, mexilhão, lagosta, ovas de peixe e ostras.
- Coco e amendoim.
- Carnes: carnes gordas, hambúrguer, linguiça, salsicha, salame, presunto, apresuntado, toucinho, bacon, carne-seca, pele de frango, miúdos (rim, língua, fígado de boi) e gordura animal, como banha.
- Frituras: salgados fritos e produtos de pastelaria (coxinha, pastel, quibe, esfirra, pizza).
- Gordura vegetal hidrogenada: utilizada no preparo de sorvete cremoso, chocolate/achocolatados, pães recheados/folhados, cremes de ovos, creme de leite, chantilly, bolos, sobremesas cremosas, biscoitos (recheados, tipo wafer), doces industrializados, produtos amanteigados, molhos para salada, alimentos congelados etc.
Daniela Carvalho, nutricionista das Unidades Afiliadas da SPDM