Apesar da vasta quantidade de informações que temos sobre os danos causados pelo uso do tabaco, ele continua sendo um elemento presente na vida de grande parte da população brasileira. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é responsável por mais de oito milhões de mortes por ano ao redor do mundo. Mais de sete milhões como resultado do uso direto, e cerca de 1,2 milhão devido à exposição passiva ao fumo.
Além do cigarro, existem diversos outros produtos em que o tabaco está presente, e que também prejudicam a saúde como, por exemplo, o charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, narguilé e cigarros eletrônicos.
Segundo a Professora Adjunta e chefe da disciplina de Pneumologia da Escola Paulista de Medicina – Unifesp e gerente médica acadêmica do hospital São Paulo, Jaquelina Ota Arakaki, a nicotina é uma das 4700 substâncias tóxicas que compõem o cigarro, e é a responsável pela dependência química. “Quando inalada, rapidamente atinge a circulação sanguínea e o cérebro, levando a uma sensação de prazer. A velocidade de eliminação da nicotina varia entre as pessoas”.
Principais malefícios
De acordo com a pneumologista, o tabagismo pode causar mais de 50 doenças, principalmente as cardiovasculares como hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). “Além disso, ele também é causa de câncer de pulmão, boca, laringe, estômago, pâncreas, rins, bexiga, entre outros órgãos. Vale destacar que, durante a gestação, aumenta ainda o risco da mortalidade materna e infantil”, alerta.
Não são apenas os fumantes diretos que sofrem com os malefícios. Os indivíduos que inalam a fumaça de derivados do tabaco podem adoecer também. “Os fumantes passivos têm um risco maior de desenvolver doenças do que as pessoas que não vivenciam essa exposição. As crianças são vítimas frequentes do tabagismo passivo, que pode gerar impacto negativo na sua saúde”, diz Dra. Jaquelina.
Cigarro eletrônico
Com diferentes essências e sabores e uma aparência mais inofensiva, o cigarro eletrônico tem se popularizado no mundo todo, especialmente entre os jovens. Porém, apesar do design moderno, ele traz consequências tão nocivas quanto o cigarro comum.
Segundo a pneumologista, a análise toxicológica do cigarro eletrônico identificou 243 substâncias, sendo 38 tóxicas. “Além disso, o filamento aquecido dentro dos dispositivos é feito com metais como níquel, latão, cobre e cromo, trazendo riscos adicionais à saúde”, diz.
De acordo com uma pesquisa publicada no Frontiers in Communication em 2020, a popularidade do cigarro eletrônico no Instagram cresceu drasticamente nos Estados Unidos. O estudo revelou que a cada um post no Instagram contra o dispositivo, haviam 10 mil a favor. Esses dados mostram que os jovens ainda têm a falsa impressão de que o cigarro eletrônico é seguro.