Um modelo de gestão farmacêutica baseado no fracionamento de remédios de alto custo, distribuído na rede pública de Saúde de São Paulo, gerou economia de R$ 380 milhões nos últimos oito anos para os cofres públicos.
O levantamento é da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra quatro grandes farmácias de medicamentos especializados da Secretaria de Estado da Saúde, na capital paulista, Guarulhos e Campinas.
A medida tem como objetivo fornecer aos pacientes a quantidade suficiente de remédios para o período de 30 dias, evitando desperdícios e garantindo a adesão ao tratamento.
Antes da implantação do sistema, eram entregues à população caixas fechadas dos medicamentos, sem a quantidade exata para o tratamento. Na maioria das vezes, o número era maior do que o prescrito.
Com o fracionamento, o paciente começou a receber a quantidade suficiente para o período de 30 dias. A economia gerada pela medida foi calculada com base no valor unitário dos produtos dispensados.
Pelo sistema, os medicamentos são separados cuidadosamente, permanecendo na embalagem (blister), que não é violada, garantindo sua integridade. Logo após, são etiquetados com informações como data de validade e entregues para o paciente em uma embalagem especial.
Segundo Nacime Salomão Mansur, superintendente de instituições afiliadas à SPDM, a segurança do paciente também aumenta com esse processo.“Com o fracionamento, temos a redução das perdas de medicamentos por mau armazenamento pelo paciente e também da automedicação, muito perigosa e que pode acontecer pelo fato da pessoa ter uma quantidade do remédio estocada. Outro dado que importante é que esse processo garante também o retorno do paciente à farmácia, fazendo com que ele dê continuidade ao tratamento”, diz Nacime, que reforça: “este é um exemplo de gestão, a serviço da saúde da população”.