A transmissão do vírus da imunodeficiência ocorre por meio do contato com secreções que contenham o vírus (sangue, saliva, secreções vaginais e outras). Se um dos parceiros do casal for portador e houver relação sexual sem proteção, há chance de contaminação do outro parceiro. Assim sendo, ainda que apenas o homem ou apenas a mulher tenham o vírus, é um risco que tentem a gravidez natural, não só pela contaminação entre si, mas também, e principalmente, pela chance de contaminar o bebê. De fato, se a mãe for soropositiva, seu filho terá uma chance aproximada de 25% de contrair a doença, seja pela passagem do vírus através da placenta, pelo contato do bebê com o sangue e as secreções da mãe durante o parto, ou através da amamentação. Embora a criança portadora do vírus possa ser tratada e recuperar a imunidade, deverá ter acompanhamento e tratamento durante toda a vida, incluindo um suporte psicossocial adequado.
Entretanto, todos esses problemas com a criança podem ser evitados, pelo uso de procedimentos de reprodução assistida. Qualquer que seja o procedimento utilizado é absolutamente necessário que o parceiro portador esteja em tratamento, e que sua carga viral (medida da quantidade de vírus no sangue) seja baixa, e que seus glóbulos brancos (células de defesa) estejam em número normal. Portanto, é absolutamente necessário o acompanhamento do infectologista. Os objetivos do tratamento são evitar tanto a contaminação entre os parceiros quanto a transmissão para o bebê.
Se apenas o pai for portador, e se não houver nenhum problema físico que impeça a reprodução do casal, então pode ser utilizada a inseminação intrauterina. Mesmo sendo a carga viral baixa, podem existir vírus no sêmen: por isso, é feito o processamento seminal por meio de dupla centrifugação, que separa os espermatozoides dos vírus. Testes poderão verificar se há ou não carga viral no sêmen separado.
Se apenas a mãe for portadora, então poderão ser utilizadas as técnicas de inseminação intrauterina ou fertilização in vitro, dependendo do seu diagnóstico. Nesse caso, a maior preocupação será com a transmissão para o bebê, que pode ser minimizada por meio de orientação obstétrica e infectológica adequadas.
Todas essas considerações valem não apenas para o casal portador do vírus HIV, mas também para o caso de ser portador de outras viroses, como hepatite C. Nessas situações, o convite é para a paternidade responsável: o fato de ter adquirido a virose, seja por relação sexual ou por transfusão de sangue, embora não implique em impossibilidade de gravidez, implica em ter consciência da responsabilidade de evitar problemas futuros para a criança, o que é possível pelo uso de técnicas de reprodução assistida.
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Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo