Embora todas as células humanas apresentem 46 cromossomos (semelhantes 2 a 2, formando, por isso, 23 pares), os gametas (espermatozoide e óvulo) possuem apenas 23 cromossomos. Quando ocorre a fusão dos gametas masculino e feminino, forma-se a célula ovo, que já contem os 46 cromossomos (23 do pai e 23 da mãe). Esta célula, por várias divisões, dará origem a um novo indivíduo, no qual todas as células terão 46 cromossomos, exceto os gametas.
Dos 23 pares de cromossomos, existe um par especial, denominado par de cromossomos sexuais. Na mulher, os dois cromossomos sexuais são iguais, chamados X. Assim, a mulher pode ser representada, do ponto de vista dos cromossomos, por 44, XX (22 pares e mais os 2 X). No homem, os cromossomos sexuais são diferentes: um deles é X e o outro é Y, podendo o homem ser representado por 44,XY. Os gametas tem a metade dos cromossomos: os óvulos são sempre 22,X e os espermatozóides, 22,X ou 22,Y. Portanto, o cromossomo sexual do espermatozóide é que determina o sexo do bebê, como mostra a tabela abaixo:
Óvulo | Espermatozóide | Sexo do bebê |
22,X | 22,Y | 44,XY (masculino) |
22,X | 22,X | 44,XX (feminino) |
Quando o bebê provém de procedimento de fertilização in vitro, os cromossomos do embrião podem ser analisados e o sexo conhecido. Esse procedimento é utilizado apenas em casos de doenças que dependem do sexo (hemofilia, por exemplo), com o objetivo de resguardar a saúde do futuro bebê. Entretanto, existe impedimento legal para se realizar essa determinação com objetivo único de escolher o sexo do bebê.
Perto de 14 semanas de gravidez, o exame do ultrassom pode evidenciar o sexo do bebê. Na figura ao lado, a presença do pênis evidencia o sexo masculino. Nesse exame, a posição do bebê pode dificultar ou mesmo impedir o diagnóstico.
Durante a gravidez, algumas células do bebê, bem como seu DNA, atravessam a placenta e se misturam ao sangue da mãe. A análise do sangue materno permite identificar essas células e determinar não apenas o sexo do bebê, mas também se ocorre alguma anomalia genética como síndrome de Down (“mongolismo”) e hemofilia, dentre outras. Quando realizado entre a oitava e décima semana de gravidez, a taxa de acerto chega a 99%.
Outra forma de conhecer o sexo do bebê é por meio da amniocentese. Nesse exame, é retirada uma amostra do líquido amniótico (líquido que envolve o bebê dentro do útero) e examinadas as células que descamam do bebê para o líquido. O exame permite também o diagnóstico de síndromes cromossômicas, da maturidade pulmonar e do sexo do bebê. É realizado entre 15ª e 18ª semana de gravidez, apenas se for necessário, já que, embora considerado seguro, pode produzir infecções que levam ao abortamento.
Na próxima semana, apresentaremos outros métodos, menos técnicos, para se saber o sexo do bebê antes do nascimento.
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Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo