A resolução do Conselho Federal de Medicina estabelece que número máximo de embriões a serem transferidos deve ser de dois para mulheres com até 35 anos, três para mulheres entre 36 e 39 anos e 4 para mulheres com 40 anos e mais, até 50 anos, quando é desaconselhado o uso de procedimento assistido. No entanto, existem mulheres cuja resposta à estimulação ovariana é exuberante, sendo produzidos muitos oócitos (óvulos) e, consequentemente, embriões excedentes aos que vão ser transferidos. É em situações como essa que, a critério do casal, pode ser útil a criopreservação (congelamento) de oócitos ou de embriões, que é realizada por meio de imersão dos mesmos em nitrogênio líquido (temperaturas abaixo de -100ºC), após preparo adequado.
O objetivo da criopreservação (congelamento) é o de, no caso de insucesso do ciclo, poupar a paciente de uma nova estimulação. De fato, quando há embriões ou óvulos congelados, o ciclo para nova transferência de embriões é mais simples, menos desgastante para o paciente e, também, de custo menor quando comparado à estimulação ovariana. A escolha por congelar óvulos ou embriões é da responsabilidade única do casal, e será expressa por escrito antes do início da realização do procedimento de fertilização in vitro. Naturalmente, o casal leva em conta os seus próprios valores morais, éticos e religiosos para decidir ou não pelo congelamento, não cabendo nenhum juízo crítico, pelo médico, sobre essa decisão. Sob o ponto de vista técnico, no entanto, devem ser levados em conta, entre outros, os seguintes aspectos:
1..embriões criopreservados podem ser descartados apenas após 5 (cinco) anos. Assim se ocorrer gravidez no ciclo in vitro, o paciente deve arcar com os custos da criopreservação dos embriões por cinco anos. Findo esse prazo, o paciente decide o que fará com os mesmos. Quando se criopreservam óvulos, se houver gravidez, os óvulos poderão ser descartados a qualquer tempo.
2..embriões criopreservados são descongelados e transferidos diretamente para o útero da paciente, após preparo adequado. Os oócitos criopreservados devem ser, é claro, fertilizados antes da transferência, o que torna o processo mais caro.
3..embriões são mais resistentes à criopreservação do que os oócitos. Assim, se a previsão de transferência for para muito tempo, é preferível que sejam criopreservados os embriões.
As taxas de gravidez obtidas dependem da técnica como os embriões ou oócitos foram criopreservados, e também da sua qualidade antes da preservação: se tiverem pouca qualidade, tem maior chance de morrer durante o procedimento. Daí se definir, em algumas clínicas, parâmetros mínimos que as células devem ter para sobreviver ao congelamento. Quando a criopreservação é feita com boa técnica e respeitando esses critérios mínimos, as taxas de gravidez são comparáveis às obtidas quando se transferem embriões a fresco.
Para mais informações:
http://www.hospitalsaopaulo.org.br/reproducaohumana
55392814 – 55395526 – 55392084 – 55392581
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo