Na inseminação intrauterina, os espermatozoides (SPM) são colocados no fundo do útero quando a mulher está ovulando. Espera-se que a trompa capture o óvulo, que os espermatozoides penetrem na trompa e se unam ao óvulo, formando o embrião. Este será transportado pela trompa até o útero, onde se espera que se implante e inicie a gravidez.
Portanto, o que está ao alcance do médico — e que pode fazer com que a inseminação possa caminhar para uma gravidez — são os seguintes procedimentos:
fazer um bom diagnóstico: para que uma inseminação possa dar certo, é preciso que existam, idealmente, pelo menos 5 milhões de espermatozoides móveis e, pelo menos, uma das tubas funcionantes;
1. realizar uma separação adequada dos espermatozoides (separando os de boa qualidade para inseminar);
2. evidenciar, por meio do ultrassom, o efeito dos estimulantes no crescimento dos folículos e induzir a ovulação no tempo correto; e
3. colocar os espermatozoides dentro do útero no momento propício, próximo da ovulação.
Uma vez colocados os espermatozoides, a sequência do processo é natural, de modo que o médico pode ter pouca influência sobre esse seguimento.
No entanto, com a finalidade de melhorar a receptividade do útero, podem ser ainda utilizados hormônios (principalmente progesterona) após a inseminação.
A taxa de gravidez é variável (estima-se uma média de 25%) e os elementos que trazem um indício favorável são:
1. número de folículos maiores que 16 mm no momento da indução da ovulação;
2. demonstração ultrassonográfica clara de ovulação; e
3. quantidade de contrações uterinas após a inseminação (que se manifesta por cólicas).
Bem indicada e bem conduzida, a inseminação intrauterina é um excelente método para obtenção de gravidez, com relação custo-benefício extremamente favorável quando comparada à fertilização in vitro.
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo