Imagine alguém invadir seus sonhos para roubar suas ideias. Esse é o mote de A Origem, filme de ficção científica que o cineasta inglês Christopher Nolan passou dez anos escrevendo.
A matéria-prima da trama são os sonhos, usados como território para uma nova modalidade de crime – o roubo de ideias de pessoas enquanto estão dormindo.
Com a ajuda de um arsenal composto por drogas poderosas, equipamentos de última geração e um time de auxiliares, o maior espião industrial e invasor de sonhos alheios, Dom Cobb (Leonardo Di Caprio) fatura alto no mercado corporativo com a “extração de idéias”.
Na sua equipe estão o primeiro assistente, Arthur (Joseph Gordon-Levitt), o designer de ambientes Nash (Lukas Haas), o químico Yusuf (Dileep Rao) e o faz-tudo Eames (Tom Hardy).
Tudo vai bem até a chegada de do bilionário Saito (Ken Watanabe), que os procura para fazer o oposto: implantar uma ideia na cabeça de seu concorrente Robert Fischer (Cillian Murphy), para persuadi-lo a dividir o império que está para herdar do pai moribundo (Pete Postlethwaite).
A história é curiosa, o roteiro é bacana, os atores são bons, mas é o cenário e os efeitos que mexem com os telespectadores: o mundo dos sonhos – do qual raramente e somente com a ajuda de remédios Dom faz parte – é fascinante, com todos os elementos absurdos: mundos torcidos, paralelos, de ponta cabeça, que vão se desfazendo, ou refazendo, conforme se sonha.
Situações surreais são a tônica do filme, como a cidade de Paris dobrando-se sobre si mesma, como se fosse de papelão, voos de carros e pessoas, desabamento de prédios em série, engolidos por água, e muito mais.
A trilha sonora, de Hans Zimmer, é peça importante que, com uma escalada de notas alongadas, ajuda a manter o clímax por 47 minutos.
A Origem (Inception, 2010), dirigido por Christopher Nolan, com Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Cillian Murphy, Ellen Page, Tom Hardy, Marion Cotillard, Ken Watanabe, Michael Caine.