Quando foi lançado, em 1986, o filme Labirinto, a magia do tempo foi um fracasso de bilheteria. Mal sabia o diretor, Jim Hanson, que a obra se tornaria o ícone de toda uma geração.
Estrelado por Jennifer Connelly (aos 15 anos e em início de carreira) como a jovem aborrecida Sarah Willians, e pelo então já coroado camaleão da música pop mundial, David Bowie, como Jareth, o rei dos duendes.
Tudo começa quando seus pais pedem a Sarah que fique em casa e cuide do irmão bebê Toby – o nome do bebê foi usado para o personagem, pois o pequeno ator só respondia a esse chamado – e a adolescente revoltada-incompreendidada-entediada deseja que seu irmão suma, lendo em voz alta trechos do livro Labirinto, que conta a história de uma menina que recebe poderes mágicos do rei dos duendes.
Jareth realiza de pronto seu desejo e leva Toby para um universo diferente, para o centro de um intrincado labirinto habitado por seres fantásticos. Sarah tem até a meia-noite para resgatar o irmão, ou ele será transformado em duende.
Para ultrapassar o labirinto, a adolescente precisa resolver enigmas malucos, e logo entende que ali, nada é o que parece.
Este é um desses filmes que, a cada vez que se assiste, traz um sentido e uma emoção diferente ao telespectador. Inquietantes, suas figuras fantásticas são hilárias, ridículas, fofas e algumas até chatinhas. O enigma das duas portas, que oferece à nossa heroína apenas uma chance para o caminho certo, ou a dança das criaturas vermelhas, com seus membros móveis, valem o show.
Tudo no filme tem uma aura de sonho – ou pesadelo – e o cenário chega a ser espetacular, mas a trilha sonora é, por si só, uma obra imortal. Labirinto foi o sexto filme na carreira do camaleão, mas o primeiro em que a trilha é todinha do gênio inglês.
O filme é uma das pérolas do extenso legado do mago da música que nos deixou em janeiro de 2016, vítima de um câncer.
Labirinto, a magia do tempo (Labyrinth, EUA-Inglaterra, 1986), dirigido por Jim Henson, com David Bowie, Jennifer Connelly, Christopher Malcolm, Frank Oz, Warwick Davis, Kenny Baker. Com produção de George Lucas.