Quando falamos sobre Amor, pensamos em um filme intimista e delicado ao mesmo tempo em que apresenta uma carga intensa de sofrimento. É praticamente impossível assistir o longa e não se emocionar com o sentimento existente entre Georges e Anne, interpretados por Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva. O casal de músicos aposentados vive sozinho e confortavelmente em um apartamento na capital francesa. A vida segue tranquila e sem grandes acontecimentos até o dia em que Anne sofre um derrame e o sentimento que os uniu durante anos é colocado a prova.
Ela fica com um lado do corpo paralisado e, a partir de então, o filme começa a acompanhar a degeneração do corpo e da mente de Anne, e o inevitável caminho para o fim. A doença arrasta consigo tudo o que vê pela frente, exceto o amor, que resiste e sobrevive. Georges se mantém fiel à promessa de amar até que a morte os separe e segue cuidando da esposa com afinco.
O drama dirigido por Michael Haneke é, em alguns momentos, um soco no estômago pela forma com que retrata o amor, o sofrimento e a velhice. Tudo isso é explorado da maneira mais real e intensa possível. A narrativa é lenta, mostra o cotidiano de um casal de idosos, mas nem por isso deixa de ter momentos de tensão. O desfecho, apesar de esperado, é um choque pela forma como acontece e nos faz questionar o que realmente é o amor.
O derrame também é chamado de AVC (acidente vascular cerebral) e pode ser isquêmico ou hemorrágico. O isquêmico ocorre quando uma artéria que irriga o cérebro é obstruída, fazendo com que as células fiquem sem oxigênio, é o mais comum. Já o AVC hemorrágico, ocorre quando há o sangramento de uma artéria que se rompe. Assim como é mostrado no filme, o derrame chega sem avisar e se manifesta de repente.
Amor (Amour, 2012, França), dirigido por Michael Haneke, com Emanuelle Riva, Jean-Louis Trintignant, Isabelle Huppert, William Shimell, Rita Blanco.