Programa “Recomeço Família”, que oferece apoio aos familiares de usuários de drogas, realizou 7,1 mil atendimentos só em 2014.
Mães de usuários de álcool e drogas, especialmente de crack, lideram a procura por orientação sobre o que fazer com seus filhos nas 13 unidades do “Recomeço Família”, braço do programa Recomeço, de combate à dependência química, mantido pelo governo do Estado de São Paulo.
Dos 7,1 mil atendimentos realizados em 2014, as mães responderam por 59,4%, seguidas pelas esposas, com 14,9%, pais (8,2%) e irmãos dos usuários (7,8%).
Os principais motivos que levam os familiares até o Recomeço Família são orientações para lidar com a situação (73,58%), seguido por busca por tratamento/internações (23,58).
O “Recomeço Família” oferece acesso a informações sobre tratamento, atendimentos individuais, palestras e terapia em grupo, com o objetivo de auxiliar e apoiar os familiares.
Onze unidades do projeto funcionam nos CICs (Centros de Integração e Cidadania), uma no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas) e outra na Unidade Recomeço da rua Helvétia, na capital paulista.
“Esta iniciativa busca oferecer recursos para que os familiares do dependente possam obter qualidade de vida e minimizar as chances do desenvolvimento de doenças e até transtornos emocionais, decorrentes do impacto da convivência com o familiar dependente químico”, explica o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do Recomeço.
Segundo ele, os familiares do dependente também muitas vezes são afetados pelo problema em vários aspectos, necessitando de apoio em diversos momentos.
Mais informações sobre o Recomeço Família podem ser obtidas pelo Disque-Recomeço, no telefone 0800-227-2863, ou no site www.programarecomeco.sp.gov.br.
Leitos
Desde 2011 o governo do Estado multiplicou por seis o número de leitos para tratamento e recuperação de dependentes de álcool e drogas no Estado de São Paulo, de cerca de 500 para 3.000, atualmente, em serviços próprios ou contratados.
No Cratod há uma Unidade de Acolhimento e um serviço judicial, composto por médicos e representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que visa agilizar internações involuntárias ou compulsórias de dependentes químicos, indicadas para os casos mais graves.
Desde 21 de janeiro de 2013, quando o serviço começou, foram realizados mais de 14 mil acolhimentos e quase 8 mil encaminhamentos de dependentes para internação, 87% dos quais de forma voluntária, ou seja, com o consentimento do paciente.