Metade das crianças no Brasil nasce de cesariana – a maior taxa no mundo. Muitas vezes as mulheres prefeririam tentar o parto natural, mas têm dificuldade de encontrar apoio a essa opção.
“Em hospitais privados, o parto natural é sempre condicionado, por exemplo: “Se estiver tudo bem, você pode fazer o parto natural”. Mas esse “tudo bem” é sempre relacionado a questões do tipo: “O médico vai estar preparado e à disposição para auxiliar um parto natural?”.
No fim, Michele teve o parto que desejava, aqui na unidade de saúde pública Casa de Parto. É a única dessa natureza em São Paulo.
“A reação da minha médica foi muito negativa. Ela tentou me convencer a fazer cesárea; ficou chocada quando eu disse que tinha escolhido vir aqui e disse que seria perigoso para mim e para o bebê, pela falta de médicos.”
Esta é a sala de parto, com bolas de parto, banheiras e todo tipo de equipamentos para realizar o parto natural. Estas instalações podem parecer familiares para mulheres de outros países, mas aqui no Brasil é rara tanto nos hospitais públicos quanto nos privados.
Katia Guimarães, a diretora da Casa de Parto, trabalhava em um hospital público com proposta bem diferente.
“A diferença é que aqui, como somos um lugar menor e com menos pacientes, nós temos mais tempo para conversar com as mulheres durante o pré-natal, e no momento do parto elas têm a liberdade de escolher qual posição é a melhor.”
Como o parto natural é cada vez mais raro, os médicos têm cada vez menos experiência em lidar com eles, especialmente se houver complicações. Mas há sinais de mudança na área pública, com o anúncio do governo de que pretende abrir mais sete Casas de Parto como esta em São Paulo.
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