Lara (vivida na infância por Tatjana Trieb e na juventude por Sylvie Testud) cresceu no silêncio. Seus pais são surdos-mudos e a menina acaba por desempenhar o papel de comunicação deles com o mundo externo.
Assim, em uma pequena cidade do sul da Alemanha, Lara, além de atender ao telefone, acompanha sua mãe Kai (Emmanuelle Laborit) e seu pai Martin (Howie Seago) em negociações bancárias ou em reuniões da escola – momentos que podem parecer cotidianos, mas que representam algumas das melhores cenas do filme.
Na mãe a menina encontra compreensão e conforto, mas Martin é mais possessivo, talvez por ter sido, durante sua infância, preterido por seus pais, uma vez que sua irmã era um prodígio da música – que ele não podia ouvir.
Em uma festa de Natal, Lara reencontra sua tia Clarissa (Sibylle Canonica), irmã de Martin, uma bem-sucedida clarinetista de jazz, que dá de presente para a menina seu primeiro clarinete, encorajando Lara a seguir carreira como instrumentista.
Clarissa não tem filhos e se oferece para ser a “mãe musical” de Lara, que acaba entrando em conflito: para criar uma carreira na música, precisa se mudar para Berlim, o que também significa construir sua identidade além dos laços familiares. Para isso, terá que deixar seus pais.
Aos 18 anos, Lara vai morar com Clarissa e se preparar para o exame de admissão no conservatório de Berlim, provocando o ciúme de Martin, mas a perspectiva de perder o amor de sua filha abre o caminho para a reconciliação.
O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1998 e premiado nos festivais de Tóquio, Chicago e Vancouver.
A Música e o Silêncio (Jenseits der Stille, 1996, Alemanha), direção de Caroline Link, com Tatjana Trieb, Sylvie Testud, Emmanuelle Laborit, Howie Seago, Sibylle Canonica.