O Dia Mundial da Esclerose Múltipla é celebrado em 30 de maio com o objetivo de promover mais visibilidade e conscientizar a população sobre as necessidades específicas do público que convive com ela. Conversamos com os profissionais Dr. Denis Bernardi Bichuetti, Doutor em Ciências pela EPM/UNIFESP e professor Associado da Disciplina de Neurologia da EPM/UNIFESP e com o médico neurologista do AME Jardim dos Prados, Dr. Yury Lomar de Araujo, para entender mais informações sobre essa doença que atinge cerca de 40 mil brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla.
O que é a Esclerose Múltipla?
Ela é considerada uma doença autoimune e desmielinizante do sistema nervoso central.
O que são doenças Autoimune?
São todas as doenças geradas por uma reação inflamatória contra o nosso próprio organismo.
O que são doenças Desmielinizante?
São doenças que afetam um componente do sistema nervoso chamado mielina, que é uma capa que recobre os nossos nervos.
Como a Esclerose Múltipla se manifesta?
Toda vez que a mielina é danificada há uma dificuldade de transmissão de impulsos neurológicos e com isso um sintoma é gerado. Por exemplo, se afeta a mielina de um nervo que vai para os olhos há perda visual, já no caso de um nervo da perna há dificuldade para andar, se afeta a mielina que vai para o cerebelo há alteração de coordenação e assim por diante. Normalmente a doença se manifesta por meio de crises que podem durar de quatro a oito semanas e depois estabilizar durante um período.
Quais são os sintomas da doença?
Inicialmente a Esclerose Múltipla se manifesta por meio de crises que duram algumas semanas e apresentam melhoras. Elas são caracterizadas por exemplo, pelo embaçamento visual, falta de equilíbrio, perda de força nas duas pernas ou em um lado do corpo, dificuldades urinárias, formigamento nas mãos e nos pés. Uma vez que esses sintomas são semelhantes aos de outras doenças é necessário que o paciente.
Como é feito o diagnóstico da doença?
O médico neurologista deve identificar alterações no exame clínico como reflexos alterados, alteração ou perda de visão e de força corporal). Além disso é necessário realizar o exame de ressonância magnética de crânio e coluna e uma série de exames de sangue para que seja possível descartar outras doenças como HIV, Hepatite B, Hepatite C, Sífilis e até mesmo Lúpus que podem apresentar sintomas semelhantes.
Como é realizado o tratamento da Esclerose Múltipla?
O médico Neurologista analisa o quadro clínico e indica a medicação adequada conforme a necessidade de cada paciente. No Brasil existem mais de dez medicamentos que possibilitam que a doença evolua de maneira mais lenta com o intuito de oferecer mais qualidade de vida à pessoa que convive com a doença. Além disso, manter hábitos saudáveis como alimentação balanceada e prática de exercícios pode auxiliar em uma melhora clínica do paciente.
Qual a prevalência da Esclerose Múltipla?
A prevalência da doença pode variar de acordo com a composição genética de cada população. Ela é predominante no norte do hemisfério norte e em descendentes caucasianos. A estimativa do Brasil é que a cada 100 mil pessoas, entre 30 e 40 convivam com esclerose múltipla, ou seja, cerca de 40.000 a 50.000 brasileiros podem desenvolver a doença.