Reconhecido como uma das principais autoridades mundiais em tratamento e pesquisa sobre comunidades terapêuticas, o professor e pesquisador americano George de Leon está no Brasil para falar sobre o tema na Conferência Latino-Americana de Comunidades Terapêuticas (CLACT), que acontece entre os dias 7 e 9 de dezembro, em Campinas, no interior de São Paulo.
Com 55 anos de experiência, George De Leon atua desde a criação das primeiras comunidades terapêuticas nos Estados Unidos. Possui mais de 170 artigos publicados e seu livro “Comunidade Terapêutica – Teoria, Modelo e Método” foi traduzido no Brasil em 2003 pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD).
George De Leon foi quem trouxe o modelo de comunidades terapêuticas para a comunidade científica e para o tratamento em dependência química, inspirando o uso desta abordagem (muito mais terapêutica e que promove uma mudança no estilo de vida) fora das correntes psiquiátricas, psicológicas ou médicas tradicionais.
No Estado de São Paulo, por exemplo, o Programa Recomeço possui uma linha de cuidados que abrange desde atendimentos de baixa complexidade, como o ambulatorial, até internações e outros procedimentos de alta complexidade, com um eixo de acolhimento social que faz uso justamente das comunidades terapêuticas como parte do tratamento.
Além de palestrar na CLACT, De Leon visitou também a Comunidade Terapêutica Santa Carlota, do Instituto Bairral, onde conheceu todo o trabalho desenvolvido, conversou com funcionários e pacientes e ministrou uma palestra para todo o corpo técnico de psiquiatria.
“As comunidades terapêuticas são parte importante do processo de recuperação de muitos dependentes químicos. O modelo e método do pesquisador americano servem de inspiração para basear um serviço com ferramentas comprovadamente eficazes no tratamento da dependência química”, afirma Ronaldo Laranjeira, psiquiatra especialista em dependência química e presidente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).