O número de casos de Covid-19 vem crescendo no Brasil durante a última semana, assim como, por consequência, o número de internações por conta da doença. No Estado de São Paulo, por exemplo, foi anunciado pelo governo, na última quinta-feira (19), a assinatura de um decreto que suspende o agendamento de cirurgias eletivas para casos que não são considerados emergenciais, medida que já havia sido adotada durante a pandemia. Em outros 15 Estados, o número de pacientes internados com doenças respiratórias graves cresceu, segundo levantamento semanal feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), entidade ligada ao Ministério da Saúde, que contabiliza os registros oficiais de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), incluindo a COVID-19.
O crescimento significativo de novos casos de COVID também foi identificado inicialmente em alguns dos principais hospitais privados da capital paulista. Especialistas apontam que uma das principais razões para o aumento é o fato de que pessoas das classes A e B, que tiveram a oportunidade de se isolar no início da pandemia, hoje estão relaxando quanto às medidas de distanciamento e participando, por exemplo, de encontros sociais, sem adotar as medidas adequadas de proteção.
O temor das autoridades é que ocorra algo parecido com o que houve no início da primeira onda de contaminação – a transmissão ir crescendo entre as demais classes sociais e, agora, interferir negativamente na evolução da curva de casos. “O distanciamento social, o uso de máscaras e de álcool em gel ainda são as principais medidas capazes de reduzir a transmissão da COVID. Aglomerações, festas e reuniões devem todas ser evitadas. A pandemia só será controlada com a ajuda de todos”, orienta o Rafael Pardo, médico infectologista da SPDM.
Além de evitar situações de aglomeração e usar, sempre, a máscara de proteção, o álcool em gel (70%) também deve ser utilizado, assim como a lavagem das mãos com água e sabão. “A higienização das mãos deve ser realizada sempre que vermos uma pia com água e sabão por perto. O uso de álcool em gel também: deve ser o dia inteiro, todos os dias”, reforça o infectologista.
Com a reabertura do comércio e a retomada de boa parte dos serviços, cabe destacar também a necessidade de atenção em locais fechados, como shoppings centers e supermercados. De acordo com Rafael Pardo, o uso da máscara nunca deve ser dispensado, para se proteger e proteger o próximo. “Ao usar a máscara você previne que outras pessoas se contaminem. Ao não usar a máscara, você expõe os outros e a si mesmo ao risco, e a pandemia começa a ficar descontrolada novamente”, encerra o médico.
A SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina vem atuando, desde o início da pandemia, no enfrentamento do novo coronavírus. Atualmente, gerencia 1249 leitos em todo Brasil, sendo 639 deles de UTI e 610 de enfermaria. A ocupação dos leitos de UTI para pacientes com COVID está em torno de 60% e a de enfermaria em aproximadamente 40%.