A equipe do Hospital Municipal Pedro II, no Rio de Janeiro, captou 2 pulmões para que fossem transplantados em São Paulo. Os responsáveis pelo procedimento de captação dos órgãos foram o Dr. Caio César Bianchi de Castro, o Dr.Ander Fontes e a enfermeira Giovana D’Ambrosio Dionísio.
O Transporte e Resgate de Órgãos Vitais – TROV foi realizado pela Superintendência de Operações Aéreas da Saúde do Rio de Janeiro – SOAer. Um helicóptero fez o traslado da equipe e dos órgãos da Base Aérea Santa Cruz para a Base Aérea do Aeroporto do Galeão. De lá, foram levados em um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para a capital paulista, onde foi realizada a cirurgia de transplante.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador, atrás apenas dos Estados Unidos.
Para o Dr. Carlos Alberto, diretor médico do complexo HMPII, o procedimento é um misto de tristeza e felicidade, porque “o transplante vem de um paciente que vai a óbito, em contrapartida, este paciente sendo doador de órgãos, salva muitas outras vidas”. Além dos pulmões, foram captados dois rins e fígado. “Ficamos muito felizes de poder participar deste processo e proporcionar que outros pacientes que necessitam, sejam transplantados”.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico de um órgão (fígado, coração, pâncreas, pulmão e rim) ou tecido (medula óssea, ossos e córnea). Uma pessoa viva pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou da medula óssea. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores.
Em casos de órgãos de cidadão que veio a óbito, são dois os tipos de doadores: o primeiro é o doador falecido após morte cerebral, constatada de acordo com critérios definidos pela legislação e que não tenha sofrido parada cardiorrespiratória. Neste caso, podem ser doados coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e tendões.
O segundo tipo de doador é aquele que teve morte devido a parada cardiorrespiratória e que foi constatada dentro dos critérios cardiorrespiratórios, ou seja, o coração parou de bater. Este pode doar apenas tecidos para transplante de córnea, vasos, pele, ossos e tendões. Em ambos os casos, a morte encefálica precisa ser confirmada.
Durante a pandemia da Covid-19, os transplantes de órgãos caíram 20% no Brasil, devido a fatores como suspensões de voos. A baixa autorização da família do doador também dificulta o processo e, por isso, é importante que o interessado converse com seus familiares sobre o desejo de ser doador e deixe claro para que autorizem a doação de órgãos após sua morte. No país, a doação só é realizada depois da autorização da família.
Não podem ser doadores aqueles que não possuem documentação, indigentes ou menores de 18 anos sem a autorização dos responsáveis.