Na última quarta, um estudo divulgado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou a redução de 20% do consumo de cigarro no Brasil.
Pensando nisso, o SRZD entrevistou as psicólogas Ana Cristina Calil, psicóloga transpessoal à frente do Grupo Terapêutico Apague Essa Ideia, e Gabriela Espíndola, da UNIPSICO-RIO, Cooperativa de Psicologia do Rio de Janeiro, em busca de informações para auxiliar a quem deseja abandonar o hábito de fumar.
Primeiramente, as psicólogas explicam como o usuário insiste em aderir ao fumo apesar de tanta campanha antitabagista e discriminação sofrida por quem fuma. “Existem vários contextos que podem levar o indivíduo a iniciar o hábito de fumar, como aceitação social, modelo familiar, influência cultural como o uso do narguilé, entre outros”, explica Espíndola.
Além disso, Calil complementa: “Por trás do vício, existe o prazer ou o bem estar momentâneo e o alívio de sintomas como stress, ansiedade, e a dificuldade de lidar com os problemas”.
Recursos antifumo são eficazes no combate ao vício?
O comércio antitabagista disponibiliza meios diversos para quem pretende se desprender do vício. Entre os mais comuns encontram-se os adesivos e pastilhas antifumo. Mas será que esses métodos são mesmo efetivos? Para as psicólogas entrevistadas, sim.
Espíndola afirma que o uso de métodos antifumo ajudam bastante, principalmente os tabagistas com dependência grave, sendo inclusive recomendados por médicos. Porém, ela alerta: “é importante que este tratamento seja feito por uma equipe multidisciplinar, ou seja, que este indivíduo tenha também um acompanhamento psicológico, porque tais repositores de nicotina ou antidepressivos são utilizados por alguns meses”.
Para Calil, podem oferecer ajuda, pelo menos para iniciar o processo de “desmame”, à medida que vão liberando a nicotina em pequenas doses e assim diminuindo os efeitos da abstinência.
Primeiro passo contra o fumo: o desejo de parar
Para as psicólogas, não basta o usuário simplesmente fazer uso dos métodos antitabagistas. Cabe ao fumante querer largar o vício. “O primeiro passo para parar de fumar é o desejo, a vontade de parar. Sem isso, fica difícil alcançar o objetivo”, explica Espíndola.
“Quanto mais forte e consciente for esse desejo, mais eficazes serão os resultados. A partir daí, cada pessoa deve procurar o seu melhor caminho, contando com a ajuda de um profissional”, completa Calil.
Segundo Espíndola, a melhor forma de parar de fumar é estipular uma data certa para se livrar do hábito. “Quem é dependente de uma droga como a nicotina não há como negociar o controle. Após o início da abstinência, comunique as pessoas próximas e mude os objetos da casa. Tire os cinzeiros, coloque um aromatizador adequado no carro ou na casa para aos poucos ir tirando o cheiro da nicotina”.
Dicas das psicólogas para quem quer deixar de fumar
– Saiba por que você fuma e qual a sua motivação para iniciar ou manter esse hábito;
– Controle a ansiedade e o stress;
– Evite, pessoas, lugares em que tenham cigarro;
– Álcool, cafeína, bebidas a base de cola, chocolate e frituras despertam mais ainda a vontade de fumar;
– Ande sempre com uma garrafa de água;
– Procure ter uma vida mais saudável: boa alimentação, exercícios físicos, viver mais em contato com a natureza, pés no chão, técnicas de respiração, meditação e relaxamento;
– Buscar ajuda sempre de um profissional competente;
– Caminhar, principalmente quando tiver vontade de fumar. Você vai perceber que a vontade parece que leva horas, mas não. Cada vez mais ela se espaça e dura minutos;
– Peça ajuda, ou seja: ligue para alguém que já parou de fumar quando sentir vontade de fumar. Sempre conhecemos alguém que já passou por esta situação;
– Anote na agenda cada dia que você conquistou essa vitória que é só sua.