O Ambulatório de Saúde dos Povos Indígenas do Hospital São Paulo é pioneiro no cuidado da saúde dos povos originários de nosso país. Por ano, são realizados cerca de 2,5 mil atendimentos ambulatoriais, 7 mil exames e 2,7 mil prontos atendimentos. Cerca de cem alunos do 5º ano de graduação em Medicina passam pelo ambulatório, além de médicos residentes e estagiários da Unifesp e outras instituições.
Criado em 1989, o ambulatório atende casos de média e de alta complexidade de 31 dos 34 DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) do país. Os Distritos organizam os serviços de atenção básica nos territórios indígenas, articulados com a rede de média e alta complexidade do SUS (Sistema Único de Saúde).
No Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta quarta-feira, o gerente do local, doutor Douglas Antonio Rodrigues, explica que o ambulatório foi uma consequência natural do Projeto Xingu – programa de extensão universitária do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) – idealizado pelo professor Roberto Baruzzi, em 1965.
Uma das histórias contadas por Rodrigues é sobre uma indígena, grávida de oito meses que tinha sido picada por cobra. Após o parto, ela estava sem comer muito assustada com toda situação, pois era a primeira vez que saia de sua aldeia, em Roraima.
“Chamei a Claudia Andujar, fotógrafa que trabalhou com os Yanomami e falava um pouco da língua, para nos ajudar. Depois da conversa, adaptamos a dieta com frutas inteiras, tapioca e peixes, comida que reconhecia e era adequada para uma puérpera. São pequenos e importantes detalhes que nos ensinam todos os dias. Digo que aqui não somos uma especialidade médica, somos uma especialidade humana”, finaliza.
Foto: Ministério da Saúde