A raiva humana é uma doença fatal. Trata-se de uma infecção viral transmitida por um mamífero, como cachorro, gato, boi, morcego e animais silvestres. A contaminação ocorre através de mordida, quando a saliva de animais infectados entra em contato com o sangue da pessoa.
Depois da mordida, a vacina antirrábica tem que ser administrada o mais rápido possível. “A raiva, se não tratada a tempo, mata mesmo. E o tempo, no caso específico dessa infecção é muito curto”, explica Vitor Kawabata, infectologista e diretor-clínico do Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra, unidade gerenciada pela SPDM.
A raiva é uma zoonose viral caracterizada como uma encefalite progressiva aguda e letal. E todos os mamíferos estão suscetíveis a ela e, portanto, aptos a transmiti-la.
O tempo de desenvolvimento do quadro infeccioso é muito rápido. Após ser infectada, a pessoa passa a apresentar sintomas já nos primeiros dois dias, como mal estar, febre baixa a princípio, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.
Nos dias subsequentes a ansiedade e a hiperexcitabilidade aumentam, bem como a febre, e surgem delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e convulsões. Os espasmos musculares evoluem para paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e intestinal.
Durante todo esse tempo que não passa de sete dias, o paciente permanece consciente, com períodos de alucinações, até a fase do coma. Em menos de uma semana, a raiva mata.
Diante de uma mordida de um animal infectado, as reações devem ser rápidas: lavar o local com água e sabão e correr para um serviço de saúde que aplique a vacina.
“O ferimento causado pelo animal raivoso dá passagem para o vírus, que entra pela saliva até atingir a veia. Quando atinge o sangue, o vírus viaja até o cérebro. Esse caminho não é rápido e esse meio tempo é o mais importante para a vítima tomar a vacina”, explica o infectologista.
Quando a vacina não é tomada a tempo, a alternativa é o soro com anticorpos, desenvolvidos geralmente em cavalos. Por se tratar de uma proteína estranha ao organismo, as reações adversas são bastante desagradáveis, mas essa é uma tentativa de se evitar a instalação do vírus e o desenvolvimento da doença.
O tratamento da raiva é bem complicado e ocorre geralmente com antivirais administrados no paciente com coma profundo induzido.
Raiva no Brasil em 2015
Segundo o Ministério da Saúde, até o momento apenas dois casos de raiva humana foram registrados no país este ano, mas em animais esse quadro foi diferente. Foram diagnosticados com raiva:
– Cães – 46
– Gatos – 2
– Morcegos hematófagos (se alimentam de sangue) – 1
– Morcegos não hematófagos – 29
– Cães silvestres – 4
– Gado – 89
– Cavalo – 15
– Outros – 6
Só podemos ter certeza que um animal não está infectado pela raiva quando sabemos que ele foi vacinado. Por isso, uma das maneiras de prevenir a doença é evitar o contato com animais desconhecidos. Lembre-se que não é a mordida que transmite a doença, é a saliva, por isso, brincadeiras com lambidas devem também ser evitadas ao máximo, assim como arranhões.
Para proteger a sua saúde e a dos seus animais, vacine os bichinhos!