MATÉRIAS

I Simpósio Internacional de Atendimento a Desastres

Entre os dias 30 de março e 1º de abril, a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Paulista de Medicina e a Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina realizaram o I Simpósio Internacional sobre medicina em desastres, coordenado pelo dr. José Luiz Gomes do Amaral, vice-presidente da SPDM e presidente da AMB. A iniciativa conjunta, que objetiva capacitar os médicos para atuar em situações de catástrofe e formar multiplicadores, reuniu especialistas nacionais e internacionais. Segundo o dr. Rubens Belfort Jr., presidente da SPDM, a rede SPDM – Hospital São Paulo, dez hospitais afiliados e Programa de Atenção Básica e Saúde da Família – está mobilizada no sentido de se estruturar para esse tipo de ocorrência e treinar a população para o enfrentamento de catástrofes, bem como adotar medidas preventivas.

Conforme a AMB, aconteceram 133% mais catástrofes que afetaram 76% mais pessoas entre 2000 e 2009 em comparação ao período entre os anos de 1980 a 1989. Desde o início da década, ocorreram em média, no mundo, 484 desastres naturais por ano. Somados, esses acontecimentos provocaram cerca de 1 trilhão de dólares em prejuízos, provocando a morte de 1 milhão de seres humanos.

A cerimônia de abertura do simpósio, conduzida pelo dr. José Luiz Gomes do Amaral, teve a participação de representantes das secretarias de Saúde do estado e do município; Ministério da Defesa, diretoria de Saúde da Marinha, Exército e Aeronáutica; Polícia Militar de São Paulo/Corpo de Bombeiros; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência; hospitais públicos e privados. Além dos especialistas brasileiros, o evento contou com a presença de palestrantes da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, também credenciados pela Sociedade Americana de Terapia Intensiva. Durante seu discurso, Amaral lembrou as recentes tragédias do Haiti, do Chile e de Angra dos Reis e os conflitos do norte da África e Oriente Médio, afirmando que a sociedade precisa se mobilizar de maneira harmônica nessas situações.

O ponto alto do evento ficou por conta da participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que discursou para os presentes, no anfiteatro Leitão da Cunha. O ministro falou da importância do evento, lembrando que atualmente os desastres estão entre as principais causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo Padilha, os próximos passos do ministério são elaborar um protocolo nacional de enfrentamento a desastres e criar um programa permanente de capacitação, aproveitando a capacidade dos hospitais federais.

 
 
Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB e vice-presidente da SPDM
 
Dr. Paulo Maia, presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos
 
 
Dr. Alexandre Padilha, ministro da Saúde
 
Dr. Rubens Belfort Jr., presidente da SPDM
 
Dr. Walter Manna Albertoni, reitor da Unifesp, dr. José Luiz Gomes do Amaral e dr. Paulo Augusto de Lima Pontes, diretor academico do campus São Paulo - Unifesp
 
 

Família de famosa pintora brasileira faz doação
para o Projeto Xingu

A SPDM recebeu uma doação da família da grande artista plástica Niobe Xandó. Lourdes Xandó, filha da pintora, por intermédio de Marina Villas Bôas – viúva do sertanista Orlando Villas Bôas –, fez uma doação pontual e se comprometeu a fazer doações mensais em benefício do trabalho realizado pelo Hospital São Paulo/SPDM e pela Unifesp no Parque Nacional do Xingu.

Segundo Lourdes Xandó, como os pais eram membros do Partido Comunista Brasileiro, a casa da família se transformou num verdadeiro comitê onde aconteciam as reuniões do partido. “A casa era frequentada por todo tipo de gente, como o dr. Belfort (avô do dr. Rubens Belfort Jr., atual presidente da SPDM), o dr. José Rosemberg, o dr. Samuel Pessoa, o dr. Saad, o Mario Schemberg.”

Ela conta que Niobe contraiu segundas núpcias com Alexandre Block, nascido na antiga Tchecoslováquia, intelectual que deu muito apoio a ela na parte artística. “Quando ocorreu a queda do comunismo, meu padrasto recebeu de volta todos os bens anteriormente confiscados, que eu recebi em doação. Sempre alimentei a ideia de dar um destino a esse dinheiro, doando não só à família, mas também a instituições filantrópicas que trabalham com seriedade. Há cerca de 15 anos, participo de uma instituição que trabalha com moradores de rua, onde colaboro com o transporte das crianças da periferia para os hospitais, mas também tinha o desejo de colaborar na área da saúde indígena. Trabalhei alguns anos no centro de voluntariado, mas nunca aparecia nenhuma instituição que trabalhasse com os índios. Então, lembrei-me de consultar a Marina Villas Bôas e fiquei muito tranquila com a indicação dela. Portanto, pretendo colaborar no trabalho da SPDM por muito tempo. Acompanho pelos jornais o trabalho que a instituição realiza junto aos índios do Xingu. Os esforços do dr. Rubens, do dr. Baruzzi, e as matérias sobre o Prêmio Chico Mendes, ganho recentemente. Estou muito contente de ter encontrado as pessoas certas.”

Niobe Xandó
A pintora e desenhista Niobe Xandó (São Paulo, 1915), considerada a precursora do realismo mágico no Brasil e autora de uma produção repleta de simbolismos e elementos gráficos, faleceu em 2010, vitimada por problemas decorrentes do mal de Alzheimer.

Projeto Xingu
Há mais de 40 anos, a SPDM/Hospital São Paulo (entidade privada e filantrópica) e a Escola Paulista de Medicina, hoje parte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), atuam em conjunto, proporcionando assistência médica, clínica e cirúrgica na região amazônica e no Hospital São Paulo, produzindo conhecimentos científicos importantes, além de contribuir para a formação de recursos humanos e de líderes comunitários, principalmente nas áreas de educação e saúde, relacionados às comunidades indígenas e válidos para toda a região amazônica.
   

Hospital Pirajussara/SPDM desenvolve projeto de coleta de material de RX

O Hospital Geral de Pirajussara deu início a um programa de coleta de radiografias antigas, garantindo uma destinação final adequada ao material e aproveitando para educar a população sobre a importância da coleta seletiva dos diversos tipos de resíduos, que podem contaminar solos e rios quando jogados no lixo comum.

É o caso das chapas, que são compostas de acetato, plástico que leva mais de cem anos para se decompor, e prata, um metal pesado importante no processo de fixação de imagens. Graças aos métodos atuais, é possível obter um grau de pureza final da prata reciclada da ordem de 99%. Isso diminui a necessidade de importação do minério, do qual o Brasil possui uma reserva estimada de 0,2% do mercado mundial. Para cada tonelada de radiografias recicladas, obtêm-se cerca de 10 quilos de prata.

O descarte, porém, só deve ocorrer com o aval do médico. “Há exames que precisam de referencial comparativo e devem ser guardados por alguns anos”, alerta o dr. Nacime Mansur, superintendente da Rede de Hospitais Afiliados da SPDM.

Hospital São Paulo recebe doação da Fundação Salvador Arena

O Hospital São Paulo/SPDM recebeu da Fundação Salvador Arena doação no valor de R$ 1,2 milhão para reforma das Unidades de Internação de Hematologia e de Transplantes de Medula Óssea. Segundo a fundação, a iniciativa tem por objetivo adequar a área às normas e aos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde, para melhor atender a população. “Os apoios ao Hospital São Paulo têm sido motivo de contentamento e alegria para a Fundação, reconhecendo nesse parceiro e em seus projetos os mesmos valores e ideais humanitários proclamados pelo nosso desejo mútuo de dar acesso gratuito a serviços dignos de saúde pública e com qualidade à população. Apoiar a restauração das Unidades de Internação de Hematologia e TMO do Hospital São Paulo, portanto, dá sentido a essas aspirações”, diz a dra. Regina Celi Venâncio, presidente da Fundação Salvador Arena.

A parceria entre as duas instituições não é recente. “Em 2002, a fundação patrocinou a primeira reforma do TMO, que possibilitou a ampliação da unidade de internação de um para três leitos”, conta o prof. dr. José Roberto Ferraro, superintendente do Hospital São Paulo. Nos anos seguintes, teve sequência com a doação de colchões, de cadeiras de rodas e de uma maca retrátil para ambulância para o Hospital São Paulo (HSP).

A Unidade de Internação de Hematologia e Transplante de Medula Óssea do Hospital São Paulo é referência na realização de transplante de medula óssea e tratamento de doenças hematológicas. Oferece atendimento gratuito a portadores de leucemias, linfomas e mielomas, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

A FUNDAÇÃO
A Fundação Salvador Arena é uma instituição civil, com finalidade filantrópica, de direito privado e sem fins lucrativos. Foi constituída em 1964, na cidade de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, tendo como instituidor o engenheiro Salvador Arena, falecido em 1998, cuja memória é reverenciada em razão dos esforços por ele realizados para a melhoria das condições de vida da população em geral. Entre os vários programas de atendimento à comunidade realizados pela Fundação Salvador Arena, destaca-se o da saúde, representado pelo apoio a hospitais beneficentes e filantrópicos do Grande ABC, de São Paulo e outras localidades do país, tais como: as Santas Casas, o Hospital São Paulo e o Hospital Santa Marcelina, entre outros. Esse trabalho visa ampliar o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade ou risco social a determinados serviços de saúde gratuitos.

   

Médicas fazem a diferença no tratamento de portadores de cardiopatia congênita do recém-nascido

As mulheres fazem a diferença na Cardiologia Pediátrica do Hospital São Paulo. São oito médicas, cardiologistas de formação e pediatras que, graças à sua dedicação e a seu empenho, obtêm excelentes resultados no tratamento de portadores de cardiopatia congênita do recém-nascido, problema que acomete um número significativo de bebês. “De cada mil nascidos vivos, cerca de oito a dez crianças têm cardiopatia, número que tem crescido graças ao aumento do número de diagnósticos”, conta a dra. Célia Silva, cardiologista pediátrica.

A cardiopatia congênita do recém-nascido ocorre na formação do coração, ainda quando a criança está dentro do útero e já nasce com um problema estabelecido. Acontece nos três primeiros meses de gravidez e pode ser suspeitada pelo ultrassom morfológico. Nesses casos, é solicitado um exame mais sofisticado realizado pelo cardiologista, que é o ecocardiograma fetal, também indicado quando existe histórico familiar, doenças maternas, malformações em outros órgãos ou suspeita de alguma síndrome genética – uma das mais comumente associadas à cardiopatia é a síndrome de Down.

Segundo a especialista, o diagnóstico intrauterino é importante porque nas cardiopatias complexas – de 1% a 2% – há necessidade de intervir assim que a criança nasce. “Se o médico já tem essa informação, fica tudo programado.” Casos mais leves não precisam de intervenção precoce e alguns não necessitarão de nenhuma intervenção no decorrer de suas vidas. “Muitas vezes só são detectados durante um exame de rotina.”

As malformações cardíacas congênitas apresentam amplo espectro clínico, compreendendo desde defeitos que evoluem de forma assintomática até aqueles que determinam sintomas importantes e alta taxa de mortalidade. Entre elas a estenose pulmonar crítica, casos graves de Tetralogia de Fallot (Baby Blue), transposição das grandes artérias e ventrículo único. Grande parte dos casos – 90% – não tem uma causa clara, mas pode acontecer em decorrência de diabetes materna, rubéola, extremos de idade – mães muito jovens ou primigestas idosas, uso de alguns medicamentos, uso de drogas ilícitas e alcoolismo.

Tratamento
A dra. Célia Silva conta que, a partir de 1975, a detecção e o tratamento dessas anomalias passaram por uma série de avanços, como a disponibilidade do ecocardiograma e do medicamento chamado de prostaglandina, além da cirurgia de Jatene – técnica para correção da transposição de grandes artérias que de uma forma geral melhorou o resultado da cirurgia cardíaca para todos os tipos de cardiopatia complexa. De acordo com o caso, pode-se optar por cateterismo, por exemplo, quando o bebê nasce com uma válvula obstruída, por cirurgias definitivas ou paliativas, estas realizadas cada vez com menor frequência, até que a criança tenha condições de fazer a definitiva.

Segundo ela, no início, o índice de mortalidade na cirurgia de Jatene era de 75%, e hoje caiu para 2% nos melhores centros do mundo. “Hoje os cirurgiões cardiopediatras especializados fazem esse tipo de cirurgia com resultados cada vez melhores.” O serviço do Hospital São Paulo, por exemplo, teve um aumento de 62% da demanda, com duas cirurgias semanais, fora as urgências, ou seja, em torno de 200 procedimentos por ano. “A maioria das cardiopatias congênitas, quando tratada no tempo adequado, permite a recuperação da saúde do paciente e sua adequada integração à sociedade, possibilitando melhores condições intelectuais e capacidade para o trabalho”, completa a dra. Luciana Fonseca, cirurgiã cardiovascular da Cardiologia Pediátrica do Hospital São Paulo.

A intervenção intrauterina é o grande avanço esperado para este milênio. “Têm-se feito algumas intervenções, mas o procedimento ainda não entrou na rotina da cirurgia cardiopediátrica. A cardiologia fetal ainda é recente e, portanto, temos muito que aprender. É desafiador”, explica a dra. Célia Silva. “A Escola Paulista de Medicina (EPM) e o Hospital São Paulo desempenham importante papel nesse processo, pois, além do tratamento aos pequenos cardiopatas, propiciam treinamento de cardiologistas pediátricos, intensivistas, cirurgiões cardíacos, anestesiologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, perfusionistas e outros profissionais envolvidos no tratamento das crianças portadoras de cardiopatia congênita”, finaliza a dra. Luciana Fonseca.
   

Parceria da SPDM promove qualidade de vida por meio do esporte

Desde 2008, a SPDM mantém com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo o programa Saúde no Esporte, que promove qualidade de vida por meio da prática esportiva para munícipes de todas as idades. Segundo o secretário Walter Feldman, o Saúde no Esporte não é um programa de prevenção. “É promoção da saúde, para que o cidadão tenha um crescimento, uma idade adulta e um período de envelhecimento com qualidade de vida.”

Bastante abrangente, o Saúde no Esporte está presente em três áreas. O Quiosque da Saúde oferece orientação física e de saúde aos frequentadores do Parque do Ibirapuera. Já o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COPT) oferece atendimento aos atletas, por meio de equipe multiprofissional, com exame pré-participação, bem como nas patologias decorrentes ou impeditivas da prática esportiva, nas áreas de clínica médica, cardiologia, ortopedia, pediatria, ginecologia, enfermagem, fisioterapia, psicologia, odontologia e nutrição.

Na terceira área, equipes multidisciplinares atuam nas unidades do Clube-Escola, com objetivo de melhorar a qualidade de vida e diminuir as comorbidades de cerca de 11 mil usuários por mês. Originalmente criados para complementar as atividades dos alunos de escolas públicas, hoje os Clubes-Escola são frequentados por munícipes de todas as idades. Segundo o secretário Walter Feldman, uma parcela significativa de frequentadores dos Clubes-Escola é formada por pessoas da terceira idade. Atualmente, 50% desses usuários são pessoas idosas, oriundas das Unidades Básicas de Saúde, em tratamento de patologias como hipertensão arterial e diabetes, que são beneficiadas com o programa de atividades físicas. “Pensando nesse público, foram criadas duas unidades piloto, uma no Parque do Carmo (zona leste) e outra na Lapa (zona oeste).”

Ele explica que as pessoas vão às unidades para praticar atividades esportivas, porém a referência e a contrarreferência, com encaminhamento médico, ainda não existem. “Nosso esforço tem sido provar que a atividade física é atividade de saúde e pode ser para todos. Para ajudar a melhorar a qualidade de vida, mas também para auxiliar no tratamento das pessoas, principalmente os portadores de doenças crônicas. Isso tratado em escala pode ter um grande impacto na saúde pública, na economia da saúde.”

O secretário informa que, devido à relevância desse projeto, o plano de metas da prefeitura prevê a instalação de 200 unidades do Clube-Escola até 2012. Também está em andamento a criação do Clube-Escola Unifesp, onde, além da prática esportiva, a comunidade e as crianças que frequentam o Clube-Escola terão acesso a um ambulatório de medicina esportiva.

   

SPDM cria gerência de novos negócios

A SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina criou recentemente uma gerência de novos negócios com o objetivo de ampliar sua atuação na área de educação, utilizando a expertise adquirida em experiências anteriores na área da saúde. Para cuidar da área foi contratado o dr. Marinho Scarpi, médico oftalmologista com larga experiência em administração em saúde, que inclui a criação e a gerência do MBA do Instituto da Visão e a publicação de dois livros sobre o tema. Segundo Scarpi, além de produzir conhecimento, a nova gerência contribuirá para a saúde financeira e a sustentabilidade da SPDM, garantindo o desenvolvimento de outras atividades. “Ganha aqui, aplica ali.”

O embrião desse processo foi o MBA do Instituto da Visão, que funcionou entre 2001 e 2007. “Agora estamos retomando o MBA através da SPDM, graças ao dr. Rubens Belfort, que na época era presidente do Instituto da Visão e viu os resultados”, conta Scarpi.

A partir de maio, em parceria com a Universidade de São Caetano do Sul, a SPDM abrirá inscrições para diversos cursos. Serão dois MBAs, um em gestão de serviços públicos e publicizados e outro em gestão de serviços de saúde; um mestrado profissional em administração de Programa de Saúde da Família, com diploma de pós-graduação stricto sensu; três cursos de graduação em tecnologias em gestão hospitalar, em radiologia e em oftalmologia; além de curso técnico para cuidadores de idosos e técnico em procedimentos oftalmológicos. Também estarão disponíveis cursos in company, na área de administração/treinamento, como novas opções para ser realizadas nas empresas.

Outra novidade é a criação do Instituto de Ensino Superior do Hospital São Paulo (HSP). “A SPDM já deu entrada no MEC para que o HSP possa ministrar cursos de saúde. O primeiro será o de tecnologia de administração em saúde, ainda neste ano.”
   

SPDM evita erros de enfermagem com capacitação e treinamento intensivos

A formação inadequada e a falta de conhecimento e de conscientização em relação às responsabilidades inerentes às atividades profissionais são causas de erros em muitas categorias profissionais e, sobretudo, na enfermagem. De 2005 a 2010, foram notificados ao Coren-SP 980 casos envolvendo profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem). Só em 2010, 250 casos chegaram ao conselho, envolvendo 32 instituições de saúde. Dos casos notificados, 20 resultaram em danos definitivos e óbito.

Para evitar e reduzir esse tipo de ocorrência, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que emprega cerca de 5 mil profissionais de enfermagem, em dez hospitais que administra, tem adotado seleção por competência na admissão, capacitação e treinamento das boas práticas assistenciais.

Segundo Elizabeth Akemi, coordenadora das diretorias de enfermagem da Rede de Unidades Afiliadas da SPDM, a equipe de enfermagem tem como uma de suas responsabilidades ministrar medicamentos e realizar procedimentos à beira do leito durante 24 horas por dia, representando, dessa forma, uma das áreas mais suscetíveis a erros em ambientes hospitalares. O erro no processo de medicação é considerado em diversos países, o mais frequente na assistência, pois praticamente todo paciente internado em um serviço hospitalar, seja em unidades clínicas, seja em unidades cirúrgicas, recebe medicação diariamente. Daí a necessidade de um processo de trabalho competente, responsável e eficaz, executado por meio de um modelo assistencial de enfermagem bem desenhado que contempla desde a estrutura (regimento interno, competências, quadro de pessoal) até o processo (fluxos, normas, rotinas, manuais) e o resultado (monitorado por meio de indicadores assistenciais), com vistas à segurança de ambos – pacientes e profissionais.

Elizabeth considera ainda que durante atividades que envolvem a medicação existem vários determinantes que levam ao erro, tais como: a forma como a medicação está prescrita (letra ilegível, dose, horários, vias erradas), as interações medicamentosas e a dispensação errada do medicamento, entre outros. Assim, é obrigação do gestor de enfermagem da instituição minimizar ao máximo as possibilidades de erro, considerando-se iniciativas proativas. A exemplo disso ressalta-se o plano de aplicação medicamentoso que inclui todo o processo de administração do medicamento, desde a prescrição feita pelo médico e a separação feita pela farmácia até a administração no paciente realizada pela enfermagem. A obediência de cada um dos passos desse plano assegura que o paciente receba o medicamento na dose certa, com horário certo e em condições adequadas. Para cada erro existem consequências, desde as mais leves até as muito graves. Portanto, dentro desse planejamento existe uma atenção redobrada quando se trata de drogas de alto alerta, um grupo de medicamentos que, se administrados de forma errada, podem levar a consequências muito graves para o paciente. Nesse caso é exigida a checagem por dois colaboradores de enfermagem antes de sua administração no paciente. O profissional de enfermagem, por sua vez, antes de administrar qualquer medicamento, tem o dever de conferir os seis passos do Protocolo Universal contra erros de medicação, que são: paciente certo, droga certa, dose certa, hora certa, via certa e resultado certo.

A cultura da segurança deve ser incorporada por todos os profissionais da instituição. Para a equipe de enfermagem, inicia-se durante a entrevista de admissão e no período de integração, que dura aproximadamente 45 dias, quando os principais riscos nos processos assistenciais são abordados e apresentam-se as medidas preventivas. “A rotina profissional nas Unidades Afiliadas da SPDM conta com uma metodologia de trabalho que contempla um acompanhamento periódico dos enfermeiros realizado por um supervisor, responsável pela identificação de dificuldades e pontos falhos da equipe de enfermagem, além de submetê-la ao processo de educação continuada com objetivo de melhorias contínuas.”

Profissionais da enfermagem têm de trabalhar com protocolos de prevenção, respeitando e adotando medidas rigorosas, a fim de evitar iatrogenias. Tais protocolos devem ser gerenciados, por meio de busca ativa, monitorando a existência de tendência ao erro, e deve-se agir rapidamente no processo para que não cheguem a ocorrer. “Segundo a Organização Mundial da Saúde, o erro não é voluntário, porém a violação é voluntária. Assim, a primeira providência é identificar, analisar e treinar o profissional para que não cometa erros”, finaliza Elizabeth.
   

SPDM inaugura clínica de saúde da família em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde e a Defesa Civil do Rio Janeiro

No início de fevereiro, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde e a Defesa Civil do Rio Janeiro, inaugurou mais uma clínica de saúde da família na cidade. A unidade, na zona oeste do Rio, foi batizada de Clínica da Família Samuel Penha Valle', em homenagem ao médico sanitarista falecido em 1998.

A SPDM, reconhecida pela expertise em gestão de saúde, é responsável pela administração da unidade, que conta com três equipes de saúde da família e uma equipe de saúde bucal, com estimativa de atendimento a 12 mil habitantes da região, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
   

SPDM na luta contra a sepse grave

A SPDM desencadeou uma campanha contra a sepse grave nos dez hospitais que administra, em parceria com o Instituto Latino Americano da Sepse (Ilas) e a Associação Médica Brasileira (AMB). O objetivo da iniciativa é treinar os profissionais para reconhecer e tratar adequadamente, e em tempo hábil, os casos de sepse grave – maior causa de morte hospitalar no Brasil –, algo em torno de 60%. Estima-se que 400 mil brasileiros tenham sepse grave por ano, com 240 mil mortes no período, por choque séptico, principalmente nos hospitais públicos.

A sepse, conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção por bactérias ou vírus, é reconhecida pela presença de sinais de resposta inflamatória, como taquicardia, taquipneia, alteração de temperatura (pode ser baixa ou febre) e alteração de leucócitos, que podem evoluir para um quadro agudo, com falência de múltiplos órgãos e até morte, se não for reconhecida e tratada a tempo, ou seja, no máximo até 6 horas após o início do processo. “A urgência de tratar um paciente com choque séptico é a mesma de tratar um paciente infartado, só que a mortalidade é maior”, alerta a dra. Flávia Machado, coordenadora da campanha. “Daí a necessidade de treinar os profissionais de saúde para reconhecer a sepse, criando protocolos para que esse paciente seja atendido e medicado em tempo hábil.”

Segundo a especialista, nos hospitais públicos, a mortalidade por sepse grave nos pacientes admitidos no hospital via Pronto-Socorro é idêntica à dos pacientes que fazem sepse durante internação em Unidades de Terapia Intensiva, devido principalmente à falta de infraestrutura dos Prontos-Socorros. Os principais gargalos ficam por conta de problemas como demora no atendimento e ausência de triagem prévia, que deve ser feita pela enfermagem para agilizar o atendimento. “A estrutura dos Prontos-Socorros é que tem de funcionar direito.”

Para a dra. Flávia, outro problema a ser considerado é que os usuários de hospitais públicos tendem a ter saúde mais debilitada, com menor controle de suas doenças crônicas; portanto, procuram o hospital em condição pior, além de chegar mais tarde do que os pacientes dos hospitais privados. Após uma análise criteriosa dos dados sobre sepse coletados na instituição, o Ilas orienta o hospital na construção de fluxos de atendimento diferenciado para esses pacientes, com ficha de triagem, protocolo de tratamento, fluxo diferenciado no laboratório e na farmácia, para antibiótico de primeira hora (cada hora de atraso na antibioticoterapia aumenta em 8% a mortalidade), bem como treinamento dos profissionais.

O projeto SPDM, programado para durar dois anos, teve início pelo Hospital São Paulo, que já está em fase de intervenção, após o curso de treinamento que reuniu mais de 200 profissionais de saúde. Até o momento, o processo já foi implementado também nos hospitais Municipal Dr. Francisco Moran (Barueri), Estadual de Diadema, Pimentas Bonsucesso (Guarulhos), Geral de Pirajussara (Taboão da Serra) e Luzia de Pinho Melo (Mogi das Cruzes). No Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence, em São José dos Campos, a implementação está prevista para o final do mês de abril.
   

Hospital de Transplantes de São Paulo (antigo Hospital Brigadeiro) pode realizar até 636 cirurgias por ano

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Fonte: Diário Oficial
   

Aconteceu na SPDM

22/02/2011

Conferência SPDM
Profa. Ana Nemi
Tema: "Hospital São Paulo/SPDM/Escola Paulista: histórias de gente e gestão"

A primeira conferência SPDM de 2011 foi proferida por Ana Nemi, professora de história contemporânea da Unifesp, campus Guarulhos, especialista em pesquisa sobre história da saúde pública no Brasil que, nos últimos anos, tem se dedicado a levantar, recuperar e preservar a memória e a documentação relativa ao complexo Hospital São Paulo/SPDM/Escola Paulista.

Fundada em 1933 como sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos, a Escola Paulista de Medicina (EPM), nas duas primeiras décadas de sua existência, construiu um hospital de clínicas, chamado Hospital São Paulo, e uma Escola de Enfermeiras a ele vinculada. O financiamento das suas atividades, no entanto, sempre foi objeto de debates. As subvenções para a operacionalização das atividades do hospital, vindas das três esferas de poder, mas especialmente da prefeitura, mostraram-se sempre insuficientes.

Nos anos 1940, os constrangimentos econômicos decorrentes da Grande Guerra, da suspensão das doações de amostras de café para venda pela sociedade civil e do encerramento dos contratos com o Instituto dos comerciários tornaram a sobrevivência da sociedade impossível. A possibilidade de incorporar a escola ao patrimônio federal foi a saída encontrada para sua sobrevivência. O processo que levou à federalização em 1956 não incluiu o hospital e a Escola de Enfermeiras, ambos continuaram a ser geridos pela sociedade civil que passou a se chamar Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). A Lei Federal no 2.712/1956, que normatizou a federalização, indicava claramente que a “entidade mantenedora do Hospital São Paulo” deveria assegurar a “utilização de suas enfermarias gerais, instalações e equipamentos, independente de qualquer indenização” para o ensino das clínicas na escola. Assim, partida ao meio a sociedade civil fundada em 1933, suas duas metades, uma pública e outra que se manteve privada, deveriam encontrar os caminhos legais de sua convivência. Os anos 1960, 1970 e 1980 conheceram a ampliação do hospital e o desenvolvimento das atividades de pós-graduação da escola em meio às tensões e imbricações decorrentes da federalização da escola e da necessidade de manter as duas metades partidas em constante diálogo, necessidade colocada pelos termos da lei referida. A busca de financiamento para as atividades de assistência, ensino e pesquisa sugeria a aproximação da escola e do hospital, fato que levou à definição de uma parceria público-privada a partir da gestão do hospital privado pela escola pública. “É interessante ressaltar que os associados da SPDM, gestora do hospital, são majoritariamente os professores da escola”, lembra Ana.

As imbricações e tensões entre as duas metades seriam inevitáveis. O hospital sempre dependeu de financiamento para a operacionalização de suas atividades. A formação do complexo previdenciário no Brasil, a partir da criação do INPS, depois Inamps, não resolveria esse problema, que de resto é da saúde pública brasileira como um todo. Os pagamentos atrasavam, além de serem sempre abaixo do custo efetivo das operações e dos procedimentos realizados, criando um rombo nas contas do hospital, problema que a criação do SUS não resolveu ainda. Por outro lado, como a escola era responsável por parte das verbas de operacionalização do hospital, muitas vezes retinha parte dessas verbas. As tentativas de federalização do hospital sempre foram derrotadas, fato que se explica em boa medida pela lógica do sistema de saúde brasileiro: o governo comprando serviços da rede privada, filantrópica ou não.

Nos anos 1980, com a extinção da diretoria autônoma da SPDM, as imbricações entre as duas metades da sociedade civil partida em 1956 se aprofundariam ainda mais: o diretor da escola passava a ser, também, o presidente da SPDM. Todas as partes autônomas, como almoxarifado e contabilidade, passaram a ser geridas conjuntamente dentro da escola. A escola passou a gerir o hospital diretamente. Essa junção criou uma parte dos problemas que estão aí hoje. O processo de expansão da SPDM foi, também, construído dentro da escola, pelos grupos políticos que a estavam gerindo na época.

“Nos anos de refluxo do poder público, os anos do governo FHC, a parceria que procuro explicitar foi muito importante”, diz Ana. Os reflexos negativos foram menores na escola porque a SPDM era um bom respiro. Era um lugar de onde era possível movimentar verbas e contratar funcionários, o que não acontecia nas outras universidades. Como filantrópica de direito privado, podia contratar, aumentar o tamanho do hospital, sem sofrer tanto as injunções do poder público. “A atual fase é complicada, porque é preciso solucionar os problemas sem destruir o que foi construído. Colocar em ordem, estabelecer normas e revestir a parceria com uma previsibilidade jurídica, para garantir sua continuidade, evidentemente se for do interesse da comunidade. Como historiadora, posso apenas apontar os meandros da experiência construída”, finaliza a historiadora.

 
Profa. Ana Nemi
 
Dr. José Roberto Ferraro, superintendente do Hospital São Paulo/SPDM
 
Dr. José Carlos del Grande
 
Dr. José Carlos Prates
 
Dr. Hélio Egydio Nogueira
 

Anote na sua agenda

26/04/2011

Conferência SPDM
Jornalista Joelmir Beting
Tema: “Economia em Saúde”


Onde: Anfiteatro do Hospital São Paulo
Rua Napoleão de Barros, 715 – 15º andar – Vila Clementino

 
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