Efeitos Negativos da Maconha: O Que a Ciência Já Descobriu Sobre o Uso Contínuo

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Neste texto, os termos “cannabis” e “maconha” são empregados como sinônimos, ambos referindo-se à planta Cannabis sativa. Seus principais compostos psicoativos, como o tetrahidrocanabinol (THC), são responsáveis pelos efeitos observados no organismo. Ressalta-se que o uso do termo “cannabis” é mais frequente em publicações científicas e em contextos internacionais, enquanto “maconha” é a nomenclatura mais amplamente utilizada no Brasil. 

Efeitos Adversos do Uso Contínuo de Maconha: Evidências Científicas RecentesSciELO Brasil

Embora a maconha seja frequentemente percebida como uma substância de baixo risco, estudos científicos têm revelado que o uso contínuo pode acarretar diversos efeitos adversos à saúde física e mental. Compreender esses impactos é essencial para promover escolhas informadas e proteger o bem-estar coletivo.​

Impactos Cognitivos e Neurológicos

O uso crônico de maconha está associado a alterações significativas nas funções cognitivas, incluindo déficits em aprendizado verbal, memória de curto prazo, atenção e funções executivas. Esses efeitos são mais pronunciados quando o consumo se inicia na adolescência, período crítico para o desenvolvimento cerebral.​

Estudos indicam que o uso prolongado de cannabis pode afetar a trajetória do amadurecimento cerebral normal, resultando em aberrações da substância branca que podem estar subjacentes ao processamento cognitivo comprometido. ​SciELO Brasil

Saúde Mental e Transtornos Psiquiátricos

O consumo prolongado de cannabis está associado a um aumento no risco de desenvolver transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão e psicoses. Estudos sugerem que indivíduos com predisposição genética ou outras vulnerabilidades podem ser particularmente suscetíveis a esses efeitos.​

Pesquisas mostram que o uso de cannabis pode ter efeitos neuropsicológicos significativos, impactando neurotransmissores essenciais, como a dopamina e o sistema endocanabinoide, o que pode desencadear ou agravar transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, ansiedade e depressão. Bjihs

Dependência e Síndrome de Abstinência

Contrariando a crença de que a maconha não causa dependência, evidências mostram que uma parcela significativa dos usuários regulares desenvolve síndrome de dependência. A interrupção do uso pode resultar em sintomas de abstinência, como irritabilidade, insônia, perda de apetite e ansiedade.​

A interrupção após uso intenso e frequente de maconha pode causar uma síndrome de abstinência leve; os sintomas consistem em insônia, irritabilidade, depressão, náuseas e anorexia; os sintomas têm pico em 2 a 3 dias e duram até 7 dias. MSD Manuals

❤️ Efeitos Respiratórios e Cardiovasculares

A fumaça da maconha contém substâncias tóxicas que podem prejudicar os pulmões, aumentando o risco de bronquite crônica e outros problemas respiratórios. Além disso, o uso contínuo pode afetar o sistema cardiovascular, elevando a pressão arterial e a frequência cardíaca.​

O uso frequente diário ou não de cannabis aumenta em média 25% o risco de ataque cardíaco e em 42% o de AVC, quando comparado aos dos não usuários. Doses mais altas e mais frequentes provocam aumentos maiores.

Comprometimento do Desenvolvimento em Adolescentes

Adolescentes que fazem uso regular de maconha podem experimentar alterações no desenvolvimento cerebral, afetando áreas relacionadas à memória, atenção e tomada de decisões. Essas mudanças podem ter consequências duradouras na vida adulta.​

O uso crônico da maconha pode levar a déficits de aprendizagem e memória, diminuição progressiva da motivação (isto é, apatia e improdutividade, o que caracteriza a “síndrome amotivacional”), piora de distúrbios preexistentes, bronquites e infertilidade. SciELO Brasil

Informação como Ferramenta de Prevenção

É fundamental reconhecer que o uso contínuo de maconha não é isento de riscos. A SPDM reafirma seu compromisso com a promoção da saúde pública, oferecendo informações baseadas em evidências para auxiliar a população em escolhas conscientes. Para mais informações e orientações, acesse:  https://spdm.org.br/

Fontes Consultadas

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