Atualmente, não há dúvidas de que a doença celíaca é uma afecção mais comum no Brasil do que previamente se supunha. Ademais, assim como ocorre em outras partes do mundo, pode permanecer sem diagnóstico por prolongado período de tempo (PRATESI, GANDOLFI, 2005).
A doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, na aveia, na cevada, no centeio e em seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque, vodca e alguns doces, provocando dificuldade do organismo de absorver os nutrientes de alimentos, vitaminas, sais minerais e água.
Tal doença se manifesta por meio do contato da gliadina (substância formadora do glúten) com as células do intestino delgado, provocando uma resposta imune a essa fração, com a produção de anticorpos. O consumo de cereais que contêm glúten por celíacos prejudica, frequentemente, o intestino delgado, atrofiando e achatando suas vilosidades e conduzindo, dessa forma, à limitação da área disponível para absorção de nutrientes. O trigo é o cereal que apresenta gliadina e glutenina em quantidade adequada para formar o glúten – além de outros cereais, como cevada, centeio e aveia.
A doença só pode ser diagnosticada por meio de exames de sangue, pois os sintomas são muito variados e constantemente associados com outras doenças. A demora no diagnóstico leva a deficiências no desenvolvimento da criança. Em alguns casos, manifesta-se somente na idade adulta, dependendo do grau de intolerância ao glúten, afetando homens e mulheres.
O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação, os sintomas desaparecem. A maior dificuldade para os pacientes é conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares.
Para garantir uma dieta isenta de glúten, o celíaco deve sempre conhecer os ingredientes que compõem as preparações alimentares e seu modo de preparo e fazer leitura minuciosa dos ingredientes listados nos rótulos de produtos industrializados (ARAÚJO et al, 2010).
Vanessa Marins Maniezo, nutricionista das Unidades Afiliadas da SPDM