Problema de saúde crescente no mundo todo, a obesidade é doença e afeta milhões de pessoas, com implicações profundas na saúde física e mental. No Brasil, mais da metade dos adultos brasileiros apresenta excesso de peso, totalizando 60,3% da população adulta, o que equivale a aproximadamente 96 milhões de pessoas, segundo dados da última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) sobre o tema, de 2020.
A prevalência é maior entre as mulheres (62,6%) em comparação aos homens (57,5%), de acordo com a PNS. Além disso, 25,9% da população adulta, cerca de 41,2 milhões de pessoas, são consideradas obesas.
Reconhecida como uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma condição que pode levar a sérias complicações de saúde. Neste texto, vamos discutir o porquê de a obesidade ser considerada uma doença, suas causas, os riscos associados e as abordagens de tratamento oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entender essa perspectiva é essencial para a conscientização e para que o tratamento seja eficaz e acessível a todos.
Por que obesidade é doença?
A obesidade é definida pelo índice de massa corporal (IMC) superior a 30 kg/m² e está associada a alterações metabólicas que afetam o corpo. Segundo a OMS, ela é um dos principais fatores de risco para doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e alguns tipos de câncer.

Além de envolver alterações no metabolismo, a doença pode afetar a função hormonal, levando a um estado inflamatório crônico. Isso contribui para o desenvolvimento de várias complicações de saúde. Com isso, reconhecer a obesidade como uma doença permite que políticas de saúde pública sejam mais eficazes e direcionadas, aumentando o acesso a tratamentos e apoio especializado. Essa abordagem facilita o entendimento de que a obesidade vai além de escolhas pessoais e deve ser tratada como um problema médico.
Causas e fatores de risco da obesidade
As causas da obesidade são complexas e multifatoriais. De acordo com o National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI), fatores genéticos influenciam a predisposição para o acúmulo de gordura. No entanto, fatores comportamentais e ambientais são decisivos no desenvolvimento da obesidade. Estes incluem:
- Má alimentação: o consumo excessivo de alimentos processados e ricos em açúcar contribui para o ganho de peso.
- Sedentarismo: a falta de atividade física regular reduz a queima de calorias e facilita o acúmulo de gordura.
- Ambiente urbano: o acesso limitado a alimentos frescos e a promoção de alimentos ultraprocessados afetam diretamente a dieta.
- Estresse e saúde mental: o estresse pode levar a hábitos alimentares desregulados e compulsão alimentar.
Esses fatores combinados tornam a obesidade um problema global, influenciado pela urbanização e por mudanças nos padrões de alimentação. A compreensão dessas causas é crucial para desenvolver estratégias de prevenção e tratamento.
Impactos da obesidade na saúde
A obesidade está relacionada a uma série de problemas de saúde sérios. Pessoas com obesidade têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca e arteriosclerose.
De acordo com a OMS, a obesidade também aumenta as chances de diabetes tipo 2, que pode levar a complicações renais e neuropatias. Além disso, ela está associada a distúrbios respiratórios, como apneia do sono, que afetam a qualidade de vida.
Os impactos não são apenas físicos; o estigma e a discriminação enfrentados por pessoas com obesidade podem levar a transtornos mentais, incluindo depressão e ansiedade. A combinação de desafios físicos e emocionais torna fundamental abordar a obesidade com uma perspectiva abrangente de saúde.
Tratamento da obesidade: Abordagens do SUS e outras práticas
O tratamento da obesidade requer uma abordagem completa. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferece assistência com equipes multidisciplinares, formadas por médicos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais. Os pacientes recebem apoio para planejar dietas equilibradas, adotar práticas de atividade física e receber acompanhamento psicológico. Algumas estratégias incluem:
- Tratamento nutricional: elaboração de planos alimentares balanceados que promovem a perda de peso saudável.
- Terapia comportamental: apoio psicológico para ajudar a lidar com fatores emocionais que influenciam a alimentação.
- Exercícios físicos: programas de atividade regular que contribuem para a saúde cardiovascular e a redução de peso.
- Medicamentos: em casos específicos, o uso de fármacos pode ser indicado para auxiliar na perda de peso.
- Cirurgia bariátrica: para pacientes com obesidade severa, quando os tratamentos convencionais não trazem os resultados desejados.

Essas abordagens são fundamentais para tratar a obesidade de forma sustentável e eficaz. A integração de assistência multidisciplinar melhora a eficácia do tratamento e ajuda na manutenção dos resultados a longo prazo. O suporte psicológico é igualmente importante, já que mudanças de estilo de vida exigem resiliência e adaptação.
Prevenção: O papel das políticas públicas e da conscientização
A prevenção da obesidade requer ações colaborativas entre governos, sociedade e profissionais de saúde. A OMS e o Ministério da Saúde destacam que políticas públicas que incentivam a prática de atividades físicas e a educação alimentar são fundamentais. Iniciativas como a inclusão de refeições nutritivas em escolas e campanhas que promovem a conscientização sobre a importância de uma dieta saudável são exemplos de medidas eficazes.
Outra questão fundamental é criar espaços públicos que incentivam a prática de exercícios, o que pode fazer uma grande diferença na prevenção. O papel da sociedade é apoiar e participar dessas iniciativas, criando um ambiente mais saudável e ativo. Quando implementadas de forma consistente, essas políticas ajudam a reduzir as taxas de obesidade e melhorar a saúde geral da população.
Conclusão
Obesidade é doença crônica que exige atenção, tratamento e políticas públicas efetivas. Entender seus impactos e causas é um passo crucial para promover a conscientização e incentivar ações de prevenção. O SUS e outras instituições oferecem abordagens integradas que incluem suporte nutricional, psicológico e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas.
A colaboração entre governos, profissionais de saúde e a sociedade é essencial para a prevenção e o tratamento eficaz da obesidade. Com a conscientização e apoio, é possível melhorar a qualidade de vida de quem vive com essa condição e reduzir sua prevalência.
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