A osteoporose é uma doença que acomete principalmente os idosos e se caracteriza pela diminuição da massa óssea e deterioração do osso. Assim como qualquer outro tecido do corpo humano, o tecido ósseo é uma estrutura viva que está sempre se renovando. A osteoporose acontece quando há um desequilíbrio neste processo de remodelação óssea, quando o corpo deixa de produzir material ósseo novo suficiente, ou quando o corpo reabsorve muito material dos ossos antigos. Isso faz com que o esqueleto fique muito frágil, com ossos mais finos e fracos, gerando maior risco de fratura por pequenos traumas.
É uma doença silenciosa e assintomática. “Os sintomas podem surgir em decorrência de uma de suas complicações que são as fraturas vertebrais, que na maioria dos casos são assintomáticas, mas que quando geram sintomas, são caracterizados por dores crônicas na região da coluna vertebral”, explica Juliana D’Agostino Gennari, reumatologista do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Idoso Oeste.
Justamente por ser uma doença que não dá tantos sinais, o diagnóstico é feito através de triagem clínica (onde são avaliados os fatores de risco e história prévia de fraturas), pela densitometria óssea e exames laboratoriais, como hemograma, perfil de cálcio, função renal, função tireoidiana, dosagem de vitamina D e dosagem de parotormônio. “Além disso, é importante pesquisar fratura vertebral através de exames de imagem de coluna”, lembra a reumatologista.
A incidência e prevalência da doença aumentam com a idade, mulheres são mais atingidas a partir dos 65 anos e homens a partir dos 70. No entanto, para alguns grupos específicos, a triagem clínica é recomendada até antes disso, como explica a médica: “mulheres pós-menopausa abaixo de 65 anos com fatores de risco para fraturas, homens abaixo dos 70 anos com fatores de risco para fraturas, adultos com fraturas por fragilidade e adultos com doenças que possam levar a osteoporose. É uma doença que desempenha um impacto importante sobre morbidade e mortalidade, especialmente em idosos”.
Prevenção
A especialista explica ainda que a doença é causada por diversos fatores, dos quais aproximadamente 70% são genéticos e 30% são ambientais. Esses fatores podem ser divididos em não modificáveis, que são: idade avançada, raça branca e oriental, fratura prévia, história familiar de osteoporose, história familiar de fraturas e menopausa precoce. Entre os modificáveis estão: baixo peso, uso prolongado de corticoide, tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e café, ingestão de cálcio insuficiente, entre outros.
“Podemos prevenir a osteoporose agindo nos fatores de risco modificáveis, isto é, evitar o uso prolongado de medicamentos que aumentam a absorção óssea, por exemplo, os corticoides, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas, ingerindo alimentos com bom valor nutricional e uma dieta rica em cálcio – a recomendação atual é que sejam ingeridas 1.200 mg de cálcio por dia, os alimentos derivados do leite são os mais ricos neste mineral”, destaca Ginnari. Além disso, a exposição ao sol, de forma moderada e nos horários corretos, também é importante para elevar os níveis de vitamina D no sangue, que ajuda na fixação do cálcio.
De acordo com a especialista, o tratamento farmacológico é feito através de medicamentos que diminuem a absorção do osso, como: bifosfonatos, calcitonina, estrógeno, moduladores seletivos do receptor de estrogênio e denosumabe. “Também temos os medicamentos que estimulam a formação do osso, no Brasil estão disponíveis a tereparatida e o ranelato de estrôncio”, diz a médica.
Atinge mais mulheres
A osteoporose atinge mais mulheres do que homens. Segundo dados da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF em inglês), a doença afeta uma em cada três mulheres com mais de 50 anos, enquanto nos homens a proporção é de um em cada cinco. A reumatologista explica que isso acontece porque o estrogênio tem um importante papel impedindo o processo de reabsorção do osso, assim, a queda dos níveis de estrogênio no sangue, como acontece nas mulheres na menopausa, acaba contribuindo para a perda de massa óssea.
Ao contrário do que muitos dizem, mesmo quem tem osteoporose pode e deve praticar atividades físicas regularmente. De acordo com Juliana Ginnari, o melhor é dar preferência a exercícios sem carga como: caminhada, natação e ginástica aeróbica. “Além disso, eles fortalecem os músculos e ossos, além de melhorarem a coordenação e diminuírem a ocorrência de quedas”.