A higienização das mãos é a principal medida de prevenção de infecções relacionadas aos cuidados de saúde. Estima-se que a correta lavagem das mãos de profissionais e visitantes de pacientes internados pode diminuir em, pelo menos, 40% os casos de infecções. Os dados são da Organização Mundial de Saúde que, desde 2009, instituiu 5 de Maio como o Dia Mundial da Higienização das Mãos. A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) promoverá na terça-feira (5.5) ações em 15 cidades para conscientizar os visitantes de hospitais. A atividade marca a primeira “blitz” da Campanha de Prevenção da Infecção na UTI, promovida pela entidade. Em São Paulo, a ação ocorrerá no Hospital São Paulo (Unifesp), localizado na Rua Napoleão de Barros, 715 – Vila Clementino (SP).
Todos os visitantes serão abordados por profissionais que explicarão a importância da lavagem das mãos antes de visitar o paciente e ao sair do hospital. Na ocasião, todos receberão um material ilustrado com os 9 passos para a higienização das mãos.
“Embora seja uma medida extremamente simples, as taxas de adesão a essa medida são muito baixas, chegando a apenas 70% nos centros que apresentam os menores índices de infecção”, diz o médico intensivista Dr. Thiago Lisboa, coordenador da Campanha.
Sobre Infecções em ambiente hospitalar – os índices de infecção nos hospitais brasileiros são preocupantes e se agravam quando os pacientes estão internados nas unidades de terapia intensiva. Os dados nacionais indicam que cerca de 60% dos pacientes em ambiente de cuidados intensivos têm infecção e 70% recebem tratamento com antibióticos em algum momento de sua permanência. A mortalidade global dos pacientes que desenvolvem infecções nas UTIs brasileiras é de 40%.
A mortalidade associada à infecção no ambiente de cuidados intensivos é bastante variável, mudando de acordo com o tipo de UTI (geral, cirúrgica, de trauma, por exemplo), tipo de hospital (terciário, universitário e de baixa ou alta complexidade) e diferentes regiões do Brasil. Porém, o que se devem verificar nos diferentes cenários é um risco maior em pacientes que desenvolvem infecções adquiridas nos hospitais ou UTIs, em comparação aos pacientes sem essa complicação. O impacto desse aumento pode ser na ordem de duas ou três vezes mais.
A preocupação maior está nas bactérias Gram-Negativas, que correspondem, nos estudos, pelo menos a 50% dos episódios de infecções adquiridas nas UTIs, principalmente aquelas que expressam mecanismos de resistência aos antibióticos disponíveis.
Diante desse cenário, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) promoverá de abril a novembro de 2015, a Campanha Nacional “Prevenção da Infecção na UTI”. A entidade elencou sete pontos importantes que devem ser observados no combate: Higienização das Mãos; o Uso Racional de Antimicrobianos; o Uso Adequado das Precauções de Contato; o Rastreio e Medidas de Isolamento dos Casos; a Vigilância Epidemiológica; a Limpeza Adequada do Ambiente; e a Educação Continuada dos Profissionais de Saúde.
Como será a Campanha – Para sustentar as ações de conscientização, a AMIB desenvolveu alguns materiais. Serão três cartilhas distribuídas em todas as UTIs do Brasil: do Médico, que trará o conteúdo técnico da abordagem dos 7 Pontos Chaves da Prevenção da Infecção; do Profissional de UTI – Equipe Multidisciplinar, que apresentará como aplicar os 7 Pontos Chaves; e a do Familiar, que também terá a abordagem técnica, porém enfatizando a importância da higienização das mãos e outras formas de prevenir a infecção na visita ao familiar internado.
Estão programadas quatro “Blitz”. A primeira delas acontece terça-feira (5.5), com foco no Dia Internacional da Higienização das Mãos. Em 13 de setembro, as ações serão voltadas para o Dia Mundial da Sepse; 15 de outubro, o Dia Mundial da Lavagem das Mãos; e 10 de novembro, quando se comemora o Dia do Intensivista.