As tubas (também chamadas trompas) são tubos que, saindo do útero, terminam próximas aos ovários. Não são inertes, apresentando um sistema de nervos e músculos responsáveis por contrações rítmicas, de modo semelhante ao que acontece com o sistema digestivo. No processo reprodutivo, desempenham quatro funções básicas:
1. Capturam o óvulo liberado pelo ovário durante a ovulação;
2. Transportam os espermatozoides até o óvulo;
3. São o local onde acontece a fusão do óvulo com o espermatozoide (fertilização)
4. Transportam o embrião formado até o útero, onde ele se fixará (nidação ou implantação).
Dessa forma, muito da reprodução natural depende do adequado funcionamento das tubas. Para investigar a integridade tubária, um dos exames mais utilizados é o radiológico: injeta-se contraste para dentro do útero, pela vagina, e observa-se a imagem do útero e das tubas, formada pelo contraste. Esse exame é chamado histerossalpingografia (abreviadamente HSG: histero=útero; salpingo=trompa; grafia=gravar).
A realização desse exame, bem como o seu potencial diagnóstico, dependem muito do cuidado com o qual o exame é executado. Estando a paciente em posição ginecológica, é colocado um espéculo vaginal (como no exame ginecológico habitual) e, em seguida, após limpeza vaginal, é colocada uma sonda no orifício do útero, pela qual se injetará o contraste. Essa manobra comporta alguma cólica, o que torna o exame desconfortável. A progressão do contraste pelo útero e pelas tubas será registrada pelo equipamento radiológico, permitindo uma análise da superfície interna dessas estruturas.
A HSG permite avaliar a cavidade uterina, onde o embrião deverá implantar. Podem ocorrer falhas na cavidade uterina derivadas de cicatrizes (por curetagem anterior) ou por miomas (nódulos benignos). Pode ainda ocorrer malformação congênita da cavidade, reduzindo-a a ponto de dificultar muito a gravidez.
Fica claro que o exame delineia a forma das tubas e útero, mas pouco (ou nada) é falado sobre seu funcionamento. Assim, é possível que o exame seja normal e que as tubas, por exemplo, possam não estar funcionando adequadamente: não há, em verdade, exame que possa avaliar o funcionamento tubário. No entanto, a HSG permite que se defina se as trompas são ou não permeáveis, o que tem papel essencial na escolha do procedimento adequado para a reprodução.
Se houver passagem do contraste das trompas para dentro do abdômen, então elas são permeáveis (abertas), com o que é possível a reprodução natural (se os outros elementos diagnósticos forem normais). Por outro lado, se houver nenhuma passagem do contraste para a cavidade abdominal, então as tubas estão não permeáveis (fechadas), o que impede a captura dos óvulos. As doenças responsáveis pelo fechamento das tubas são principalmente infecções e endometriose. Nesses casos, mesmo que o exame masculino for normal, será necessário o uso de fertilização in vitro para obter a gravidez.
Assim sendo, a HSG é um verdadeiro “divisor de águas”, seu resultado podendo, por si só, determinar a opção terapêutica adequada para o casal. Por isso, é exame de grande importância (praticamente obrigatório) no estudo diagnóstico do casal.
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Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo