Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora e Teófilo Otoni planejam seus hospitais públicos regionais nos moldes do Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia (HMMU). Em funcionamento há mais de três anos, o HMMU beneficia pacientes de toda a região nas especialidades de clínica médica, clínica geral, urologia, cirurgia vascular, proctologia, ginecologia, otorrinolaringologia, cirurgia torácica, obstetrícia, neonatologia, anestesiologia, ortopedia, mastologia, nutrologia, cabeça e pescoço, UTI adulto e UTI em neonatologia.
Os procedimentos são regulados pelo SUS Fácil e pelo sistema municipal, e para atender as baixa e média complexidades, o hospital conta hoje com uma equipe aproximada de 1180 servidores, entre médicos, enfermeiros, técnico/auxiliar de enfermagem e técnicos administrativos.
A unidade hospitalar, que atualmente tem taxa de ocupação superior a 90%, recebeu recursos estaduais da ordem de R$ 40 milhões para a construção e aquisição de equipamentos, e desde o início do seu funcionamento é beneficiado pelo Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais SUS/MG (Pro-Hosp).
Para o diretor clínico do HMMU, José Alfredo Borges da Cunha, a cidade de Uberlândia absorve os atendimentos não apenas da microrregião, mas também de todo o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Noroeste e dos estados limítrofes da região. “O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia é um grande parceiro, mas sozinho, não consegue referenciar toda a demanda regional. Em poucos anos o Hospital Municipal reduziu significantemente as demandas reprimidas, faz exames que não são realizados no Hospital de Clínicas e absorve todos os partos de baixa e média complexidade”.
Maternidade
Em 2012 foram realizados 2799 partos, e no ano passado foram 2882. Observou-se um aumento dos partos normais e uma redução no percentual de cesárias. Este cenário somente foi possível devido ao trabalho voluntário das “doulas”. “Hoje temos seis voluntárias, que tranquilizam as mães antes e durante o nascimento de seus filhos, e as acompanham em casa após o parto”, destacou o diretor clínico do hospital.
Para melhorar a assistência materna e infantil, recentemente o HMMU recebeu a instalção do Projeto de Telemonitoramento da SES/MG para todos os leitos da UTI Neonatal, permitindo assim a interação entre especialistas com maior experiência que atuam em outros hospitais mineiros e os profissionais do hospital maternidade.
Cirurgias, exames e consultas
A assistência ambulatorial compreende atendimentos em primeira consulta para os casos de cirurgia (pré-operatório), consultas de retorno de pacientes internados ou pós-cirúrgicos, cirurgias ambulatoriais e serviço de apoio, diagnóstico e terapêutico. Em 2013 houve o incremento na realização de exames de imagem: ressonância magnética, tomografia, mamografia e ultrassonografia. Neste período também foram adquiridos equipamentos que permitiram a realização de exames endoscópicos. Ainda para 2014 novos investimentos deverão ser feitos para atender as demandas de cirurgias endo-urológicas.
A copeira, Alda Maria Félix dos Santos, fez cirurgia de varizes no início de maio e precisou ficar de um dia para o outro no hospital em observação. “Fui super bem atendida, fiz todos os exames e operei. Hoje, após quinze dias da cirurgia fiz a primeira consulta de retorno e voltarei daqui duas semanas para verificar novamente a medicação e os hematomas”.
A humanização não é um ponto importante apenas para os pacientes, como também para os familiares. Na sala de espera, Luciana Cristina Pereira, filha da dona de casa Eliana Aparecida Oliveira, aguardava a alta hospitalar. “Ontem minha mãe fez uma cirurgia de vesícula. Quando terminou, o médico veio conversar conosco para informar os procedimentos e há pouco a enfermeira veio nos comunicar da alta”.
Outra questão relevante da humanização refere-se à transferência dos procedimentos de vasectomia, ligadura tubária e retirada de câncer de pele para o HMMU. “Antes, estes procedimentos eram realizados em ambientes não adequados nas Unidades de Atendimento Integrado, e aqui no hospital eles são realizados nos centros cirúrgicos, com toda a estrutura necessária”, pontuou o diretor clínico.
Hospital ecologicamente edificado
O HMMU foi projetado pelo especialista em arquitetura hospitalar, Domingos Fiorentini, que incluiu o que há de mais moderno em termos de construção de unidades de saúde. A concepção atende aos mais altos padrões de qualidade hospitalar e adota conceitos inteligentes, como manutenção de baixo custo e processos ecologicamente corretos.
Atualmente a unidade conta com 238 leitos ativos dispostos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), maternidade, pediatria e internação.
Todos os módulos foram construídos a 1,5 metro do nível do solo de forma que, se for preciso fazer alguma manutenção elétrica e hidráulica, por exemplo, não é necessário deslocar os pacientes. Há também o andar técnico para controlar o ar condicionado, que possui comando individualizado para cada um dos seis centros cirúrgicos e para os quatro centros obstétricos.
O pé direito é alto e com vidros, o que facilita os sistemas naturais de ventilação e iluminação. Além da economia de energia, o paciente consegue ver a luz do dia dentro dos quartos, e ainda há outro diferencial, a água é aquecida por meio da energia solar.
Ampliação física e de serviços
O terreno de 14 mil m2 de construção possui fundação que suporta levantar o segundo e o terceiro pavimentos, sendo que o projeto possibilita a expansão do edifício para até 500 leitos.
Este ano começou-se a residência médica, e entre os diversos planos em estudo para a ampliação dos serviços, há dois que merecem destaque, segundo o diretor clínico José Alfredo Borges da Cunha. Um deles é a criação de uma unidade de hemodinâmica e outro é o banco de leite, mas ambos requerem investimentos financeiros e de recursos humanos.