Com excelentes resultados alcançados no ano de 2012, a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina acaba de renovar os convênios com o Ministério da Saúde para atuar junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Os convênios, que preveem o recrutamento, a contratação e a administração de recursos humanos das equipes multiprofissionais, contam com 3.700 colaboradores (1.750 deles indígenas), atuando em 14 distritos sanitários especiais indígenas em 13 estados.
Cerca de 140 mil indígenas de 125 etnias diferentes são atendidos pelos convênios, que têm como grandes diferenciais o respeito e a maior participação das lideranças indígenas nos processos seletivos e a melhoria das relações trabalhistas, como relata o dr. Marcos Schaper, responsável pela Saúde Indígena/SPDM. “Nos baseamos em duas normas muito importantes da convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Uma é consultar os indígenas em todas as ações administrativas que vão impactar na vida das comunidades; outra é dar oportunidade para os indígenas do local. E isso é uma novidade, porque o indígena geralmente é excluído desses processos.”
Consolidação dos resultados – No fim de dezembro, a equipe SPDM de Saúde Indígena promoveu um encontro com seus prepostos. Com o objetivo de discutir rotinas de trabalho, o encontro proporcionou uma troca de experiências entre os participantes e um balanço das atividades desenvolvidas ao longo do ano.
Para Claudemir Vaz, preposto do interior sul, no Rio Grande do Sul, os avanços foram visíveis com a chegada da SPDM. “Fazendo um balanço do ano de 2012, eu vejo que as coisas melhoraram bastante graças à chegada da SPDM. Antes os profissionais não tinham direito a nada, eram apenas prestadores de serviço. Hoje todos são contratados pelo regime de CLT, o que é motivo de satisfação e, com certeza, será revertido lá na ponta, na qualidade dos serviços prestados.”
Já na opinião de Mário Lucio Ferreira da Silva Júnior, preposto da região Alto Rio Purus – Acre/Amazonas/Rondônia –, os avanços são visíveis. “A gente fecha o ano com um bom resultado, mas não podemos nos acomodar. Temos, ainda, muito que fazer e acredito que treinar e capacitar cada vez mais nossos colaboradores contribuirá para maiores avanços.”
Próximos passos – Com as equipes praticamente contratadas em sua totalidade, o próximo passo é capacitar esses colaboradores em parceria com a Sesai e implementar os serviços de medicina e segurança do trabalho. “Nossos profissionais precisam ter várias competências. Além da competência técnica, também é necessária uma competência antropológica, para que o profissional tenha uma relação de respeito com as comunidades e entenda que o indígena tem uma maneira de pensar e de se relacionar com o mundo totalmente diferente da nossa. Nossa missão é contribuir para o fortalecimento do subsistema de atenção à saúde indígena”, encerra o dr. Schaper.
Mário Lucio Ferreira da Silva Júnior, preposto da região Alto Rio Purus –
Acre/Amazonas/Rondônia, e Claudemir Vaz, preposto do interior sul, no Rio Grande do Sul