Heleno de Freitas foi, em seu tempo, uma celebridade do esporte. Considerado o príncipe do Rio de Janeiro, foi um fenômeno dentro de campo, defendendo primeiro o Botafogo e depois o Vasco da Gama. E fez bonito na Seleção Brasileira, ao lado de craques como Domingos da Guia e Leônidas. Isso foi em outros tempos, lá pela década de 1940.
Mineiro de São João Nepomuceno, Heleno pode ser considerado o primeiro “craque problema” do futebol brasileiro. E entrou para a história como um dos maiores craques do futebol sul-americano.
Genioso, boêmio, irritadiço e galã, ganhou dos colegas do “Clube dos Cafajestes” e da torcida do Fluminense o apelido de Gilda, a diva interpretada pela atriz americana Rita Hayworth, em filme de mesmo nome.
Levou uma vida de extremos, regada a álcool, cigarro, drogas e sexo, o que o tirou cedo demais dos gramados. Por seu grave problema de saúde, ou por não conseguir ter uma boa relação com os companheiros de time, foi rejeitado por equipes mesmo quando se ofereceu para jogar de graça. Era encrenqueiro e arrogante, com pavio bem curto e uma autoimagem muito exagerada.
O fim de sua vida o encontrou em um hospício, na também mineira Barbacena: só, desfigurado pela sífilis e totalmente louco, aos 39 anos de idade.
O filme que conta sua história é em branco e preto e traz Rodrigo Santoro no papel principal. Mostra o príncipe maldito, como também era chamado, com seu gênio explosivo e apaixonado pelo futebol, embora de futebol mesmo tenha apenas uma cena, à noite e debaixo de chuva. Mas mostra bem seu comportamento arredio e sua indisciplina, e a deterioração da saúde causada pela sífilis.
O filme é baseado no livro “Nunca Houve um Homem como Heleno”, de Marcos Eduardo Novaes.
Heleno (Heleno, o Príncipe Maldito, Brasil, 2012), dirigido por José Henrique Fonseca, com Rodrigo Santoro, Alinne Moraes, Othon Bastos, Angie Cepeda, Erom Cordeiro, Maurício Tizumba, Duda Ribeiro, Orã Figueiredo, Herson Capri, Erneni Moraes, Priscila Assum, Marcelo Adnet, Gregório Duvivier, Rafael Queiroga e Fernando Caruso.