Na semana em que comemoramos o Dia do Médico, nossa escolha de filme traz a história de um médicoque tinha um jeito peculiar de lidar com seus pacientes. Muito além do jaleco branco, ele usava um nariz vermelho e arte para ajudar e levar alegria a quem precisasse.
O filme começa com Patch Adams (interpretado por Robin Williams) como paciente. Com depressão, e após uma tentativa de suicídio, ele se interna em uma clínica para pessoas com transtornos mentais. Lá, ele fica intrigado ao perceber que praticamente nada é feito para restaurar a saúde mental dos pacientes. Um belo dia ele consegue ajudar um companheiro, de forma hilária, a enfrentar seus medos. Assim, percebe que gosta de ajudar as pessoas e decide se tornar médico.
Ao sair da clínica, ele consegue ingressar no curso de medicina. Na faculdade, ele nota o mesmo problema que o deixara intrigado na clínica: a frieza com que os médicos tratam os pacientes. Patch se dá conta de que falta humanidade nas relações, por isso vai na contramão de tudo isso e decide se tornar um médico humanista. Seu principal instrumento de trabalho é o riso. Mas, com métodos pouco convencionais, Patch vai receber críticas de seus professores e colegas de classe, além de bater de frente com o intransigente reitor da universidade, que pensa até mesmo em expulsá-lo.
Durante sua jornada, o aspirante a médico acaba se apaixonando por Carin Fischer (Monica Potter), uma de suas colegas de faculdade. Mas a garota não acredita nos ideais de Adams e acha que isso só vai atrapalhar seus planos de se tornar uma médica reconhecida. Baseado em fatos reais, o longa mostra como a medicina, muitas vezes vista como uma profissão estritamente técnica e fria, pode, e deve, ter um lado mais humano. Os médicos devem se lembrar de que por trás da doença, há uma pessoa que ri, chora e sente medo, assim como eles próprios. O filme também destaca como os médicos podem amenizar o sofrimento das pessoas e como nem sempre a solução está apenas em medicamentos e prescrições, muitas vezes o melhor remédio é mesmo rir!
Robin Williams está com uma atuação impecável e, como sempre, consegue mesclar drama e comédia na medida certa e com maestria. O trabalho de Patch Adams foi muito questionado na década de 80, principalmente por seus métodos pouco ortodoxos. Em 1993, ele escreveu um livro sobre sua carreira, explicando porque usava o humor para tratar seus pacientes. Seu trabalho inspirou muita gente pelo mundo inteiro, resultado disso são as muitas ONGs que surgiram com o mesmo propósito de Adams: levar alegria e amenizar o sofrimento das pessoas. Um dos exemplos mais conhecidos aqui no Brasil são os Doutores da Alegria.
O filme é cativante e recebeu uma indicação ao Oscar e duas ao Globo de Ouro. Vale a pena assistir e, como diz o próprio título, ser contagiado por essa história.
Patch Adams – O Amor é Contagioso (Patch Adams, 1998, EUA) dirigido por Tom Shadyac, com Robin Williams, Josef Sommer, Bob Gunton, Daniel London, Monica Potter, Philip Seymour Hoffman, Irma P. Hall, Harve Presnell.