Filmes que retratam a velhice estão sempre presentes nas produções mundiais de alguma maneira, não são difíceis de achar. Difícil é achar um que fuja dos clichês e do melodrama, justamente o que acontece em “O Ciclo da Vida”.
Ambientado na China, o filme começa retratando os moradores e o cotidiano da Casa de Repouso Guanshan, onde tudo é muito calmo, pacato e melancólico. A rotina do lugar muda completamente quando parte do grupo de idosos resolve fugir em um ônibus e atravessar o país para participar de um concurso de talentos de um programa de TV.
Com personagens diferentes, cada um com sua personalidade, o longa fala sobre assuntos inerentes à terceira idade, como solidão, sentir-se desconectado do mundo atual, problemas com o passado e medo da morte.
O filme foca em dois personagens: Ge, que vai para a casa de repouso depois da morte de sua esposa e que mantém um relacionamento complicado com o filho, e Zhou, o líder do grupo e idealizador da fuga e da participação no concurso.
Mesmo com a saúde frágil, a viagem os enche novamente de vida e alegria. Os idosos percebem que ainda podem realizar sonhos que há muito haviam deixado para trás. A experiência representa uma completa mudança em suas vidas, uma autodescoberta do que ainda são capazes de fazer.
“O Ciclo da Vida” nos faz pensar sobre o sentido da nossa jornada por aqui, emociona e diverte. Percebemos que a velhice não precisa significar o fim de algo, mas talvez o início de uma grande aventura, como a que é mostrada no filme.
O Ciclo da Vida (Fei yue lao ren Yuan, 2015, China) dirigido por Yang Zhang, com Kun Chen, Guo Jinglin, Fan Liao, Deshun Wang, Fan Xu.