O uso de máscara tem sido cada vez mais reforçado por autoridades sanitárias, diante do surgimento de novas variantes do novo coronavírus. Entre elas está a Delta, que tem maior capacidade de transmissão e de contaminação, já que basta uma carga viral menor no organismo para o desenvolvimento da Covid-19 no indivíduo. Além disso, a cepa tem sido cada vez mais a responsável por novos casos da doença, mesmo entre os já vacinados com as duas doses da vacina.
A prevenção contra as novas linhagens segue sendo os mesmos cuidados adotados desde o início da pandemia: distanciamento físico, higienização de mãos e uso de máscara, sendo esse último o mais importante para impedir que o vírus adentre no organismo pelas vias aéreas. No estado de São Paulo, a obrigatoriedade do uso de máscara seguirá, pelo menos, até o dia 31 de dezembro de 2021, mesmo com toda a população vacinada, conforme já anunciado pelo governo.
Entre os tipos de máscaras recomendados estão as de pano, a N95 e a PFF2, unanimidade entre os especialistas, principalmente em situações de maior risco, como transporte público e reuniões, devido a sua maior capacidade de filtragem e bloqueio de partículas pequeninas e por se ajustar melhor ao rosto, sem deixar espaços abertos.
Mas, fazer uso da PFF2 não quer dizer que se está totalmente protegido, ou que ela seja a única forma de segurança, como ressalta o infectologista Eduardo Medeiros, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) Corporativa da SPDM – Instituições Afiliadas: “a máscara PFF2 dá maior proteção, mas não significa que você precise somente dela para se proteger da variante Delta. Mesmo que toda a população a use, a transmissão ocorre quando se retira a máscara, numa alimentação, em quebra das medidas. Não é o tipo de máscara que é decisivo”.
Os demais cuidados contra a Covid-19 devem ser seguidos à risca, pois a infecção ocorre em momentos em que as pessoas se sentem seguras para retirar a proteção facial, como em pausas para uma refeição ou uma conversa. “O ponto chave é evitar a exposição sem proteção. Você não pode tirar a máscara para tomar café com outra pessoa, tem que tomar sozinho”, ressalta Medeiros.
As máscaras de pano também protegem contra o coronavírus e suas cepas, e os cuidados se dão, principalmente, na hora de retirá-las. Deve-se seguir todos os outros protocolos, já que, assim como a PFF2, não agem sozinhas na proteção contra o vírus. Para que sejam seguras, devem ter três camadas de tecidos diferentes: a interna, com algodão para reter a umidade; a segunda, com tecido sintético, que sirva como filtro; e a externa deve ser hidrorrepelente, ou seja, com material impermeável, como o poliéster.
Com essas características e higienização correta, as máscaras faciais de uso não profissional são seguras e devem ser utilizadas, mesmo na falta de outro modelo, como a PFF2. Elas devem ainda seguir as especificações técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).