O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, em 2023, mais de 70 mil novos casos devem ser diagnosticados no país. De modo geral, embora a taxa de mortalidade tenha caído levemente em algumas regiões, ainda se observa um número significativo de óbitos devido ao diagnóstico tardio. A falta de conscientização prejudica o conhecimento sobre o câncer de próstata, sintomas e tratamentos. Além disso, o medo dos exames preventivos dificulta um diagnóstico precoce, o que torna o Novembro Azul um movimento fundamental para mobilizar a população a favor da prevenção.
Entre os principais fatores de risco estão a idade (maiores de 50 anos), histórico familiar e, em menor grau, questões raciais, já que homens negros têm maior probabilidade de desenvolver formas agressivas da doença.
Câncer de Próstata: sintomas
Apesar de muitas vezes assintomático em fases iniciais, o câncer de próstata pode apresentar sintomas ao avançar. Estes sinais incluem:
- Dificuldade em urinar: pode ser observada uma sensação de que a bexiga não esvazia completamente, um fluxo urinário fraco ou necessidade de urinar com frequência, especialmente à noite.
- Sangue na urina ou no sêmen: embora raro, o sangramento pode ser um sinal de alerta e merece atenção.
- Dor ou desconforto pélvico: a dor pode se localizar na região abaixo do abdômen e ao redor da próstata, especialmente em casos em que a doença já se espalhou.
- Disfunção erétil: ao avançar, o câncer pode afetar a função sexual devido à proximidade com nervos e vasos sanguíneos envolvidos na ereção.
- Dor óssea: quando o câncer se espalha para os ossos, especialmente para a coluna vertebral, ele pode causar dor intensa e persistente, além de fraturas em casos mais graves.

Vale destacar que esses sintomas, no entanto, não são exclusivos do câncer de próstata e podem ser decorrência de outras condições, como infecções urinárias ou hiperplasia prostática benigna. Por isso, é essencial que homens cisgêneros e mulheres trans acima de 50 anos, ou a partir dos 45 com histórico familiar de câncer de próstata, realizem exames preventivos, como o PSA e o toque retal. Estudos mostram que a detecção precoce aumenta as chances de cura, reduzindo a necessidade de tratamentos invasivos. Os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente.
Exames preventivos: como é feito o diagnóstico?
Os exames mais comuns para o diagnóstico de câncer de próstata são o PSA (antígeno prostático específico), que mede os níveis de uma proteína específica no sangue, e o toque retal, que permite ao médico avaliar o tamanho e a textura da próstata. Embora esses testes possam ser desconfortáveis para alguns homens, eles são essenciais para detectar a doença em estágios iniciais. Além disso, especialistas recomendam que homens com histórico familiar e homens negros comecem a realizar exames preventivos a partir dos 45 anos.
As diretrizes da United States Preventive Services Taskforce (USPSTF) recomendam que homens entre 55 e 69 anos discutam com seus médicos os riscos e benefícios do exame de PSA, mas deixam a decisão final ao paciente. Em homens mais velhos ou com saúde debilitada, o rastreamento tem indicação reduzida devido aos riscos de falsos positivos e intervenções desnecessárias.
Desfazendo mitos sobre o câncer de próstata
Muitos mitos dificultam a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de próstata. Alguns dos principais mitos incluem:
- “Somente homens idosos têm câncer de próstata”: Embora a maioria dos casos seja diagnosticada em homens com mais de 65 anos, a doença pode ocorrer em homens mais jovens, especialmente aqueles com fatores de risco.
- “O toque retal afeta a masculinidade”: Esse é um dos mitos mais comuns e, infelizmente, impede que muitos homens realizem o exame. O toque retal é um procedimento rápido e fundamental para a detecção precoce do câncer.
- “Se não há sintomas, não há câncer”: O câncer de próstata é muitas vezes silencioso em estágios iniciais, então esperar por sintomas pode atrasar o diagnóstico.
- “PSA alto significa câncer de próstata”: Níveis altos de PSA podem ser decorrência de diversas condições, incluindo infecções e hiperplasia benigna. Apenas uma avaliação médica completa pode determinar a causa exata.
Esses mitos reforçam a importância de campanhas como o Novembro Azul para desmistificar o tema e incentivar os exames preventivos.
Tratamentos disponíveis
Os tratamentos para câncer de próstata variam de acordo com o estágio da doença e as condições de saúde do paciente. Nos estágios iniciais, a “vigilância ativa” pode ser uma opção, para que o paciente tenha monitoramento regular sem intervenção imediata.

Para casos mais avançados, a cirurgia, a radioterapia e a terapia hormonal estão entre as alternativas, embora apresentem efeitos colaterais como disfunção erétil e incontinência urinária.
Importância da prevenção para mulheres trans
Embora o câncer de próstata seja mais associado a homens cisgêneros, mulheres trans que possuem próstata também estão em risco, especialmente após a transição hormonal. A falta de conscientização e o estigma dificultam o acesso aos cuidados preventivos, o que reforça a necessidade de promover campanhas inclusivas.
Por que o Novembro Azul é importante?
O Novembro Azul é mais do que uma campanha sobre o câncer de próstata; ele representa uma mudança de mentalidade sobre a saúde masculina, incentivando principalmente os homens a cuidarem da sua saúde. Durante o período, são realizadas ações de conscientização sobre a prevenção ao câncer de próstata no Brasil e no mundo, incentivando o conhecimento e os exames de rotina. No Brasil, mutirões oferecem exames gratuitos de PSA e toque retal, enquanto empresas e instituições promovem palestras e eventos de conscientização.
Globalmente, a campanha “Movember” incentiva o crescimento de bigodes como símbolo de apoio à prevenção, promovendo a conscientização e arrecadando fundos para pesquisas sobre saúde masculina. Essas iniciativas ajudam a combater estigmas e incentivam homens e mulheres trans a adotarem hábitos saudáveis e a fazerem exames preventivos regularmente.
Prevenção é a chave
Por tudo que especialistas e estudos atuais demonstram, o câncer de próstata, quando possui diagnóstico precoce, apresenta altas taxas de cura. Por isso, o combate ao preconceito, a conscientização e o exame preventivo são as principais armas na luta contra a doença.
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