Entre os dias 3 e 5 de abril, o AME Idoso Sudeste, gerenciado pela SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, esteve presente no 24° Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, realizado em Belo Horizonte. Este evento é considerado o segundo maior do mundo na área de envelhecimento e reuniu mais de 4.000 participantes e 296 palestrantes especialistas de diversos países. Com o objetivo de compartilhar experiências e inovações científicas, o congresso foi palco para a discussão de temas ligados ao envelhecimento saudável e à qualidade de vida dos idosos.
“A atualização acadêmica e científica é fundamental para o desenvolvimento da prática assistencial, sempre baseada nas melhores evidências já experimentadas. O ambiente de um congresso propicia a troca de experiências, que permitem reflexão para melhores tomadas de decisão. Ter trabalhos aceitos para apresentação em um congresso dessa magnitude tem grande impacto na divulgação do serviço, que tem sido cada vez mais procurado para campo de estágio e visitas técnicas”, declara a Dra. Marcia Maiumi Fukujima, Diretora Técnica do AME Idoso Sudeste.
A participação do AME Idoso Sudeste foi marcada pela apresentação de dois importantes trabalhos desenvolvidos pela unidade. Ambos abordaram questões cruciais para o cuidado da pessoa com demência e destacaram a atuação da Atenção Básica como elemento central no manejo dessa condição. Dr. Eduardo Canteiro Cruz, diretor clínico do AME Idoso Sudeste, não só participou do evento como palestrante, mas também levou ao congresso resultados de projetos inovadores voltados à capacitação de profissionais da saúde para o manejo de pacientes com demência.
Os trabalhos apresentados destacaram a importância da capacitação dos profissionais da saúde, desde os agentes comunitários até os especialistas, no manejo de pacientes com demência. A colaboração do AME Idoso Sudeste no evento não só contribui para o avanço do conhecimento sobre demência, mas também fortalece a rede de cuidados da saúde da pessoa idosa, promovendo uma abordagem mais integrada e eficaz para lidar com os desafios do envelhecimento.
“Com o envelhecimento populacional e o crescente número de casos de demência, os sistemas de saúde precisam se preparar para essa demanda”, conclui a Dra. Marcia Maiumi Fukujima.
Saiba mais sobre os trabalhos apresentados no Congresso:
Cuidados em Demência: Tecendo a Rede com a Atenção Básica
Um dos trabalhos apresentados foi o “Cuidados em Demência: Tecendo a Rede com a Atenção Básica”, desenvolvido pela equipe da unidade. Este trabalho evidencia o impacto de um curso de capacitação sobre demência, destinado aos profissionais da Atenção Básica. A introdução deste estudo destacou o aumento significativo dos casos de demência, o que torna essencial a criação de estratégias integradas para o cuidado das pessoas afetadas.
O trabalho se baseou em duas iniciativas de matriciamento: reuniões de discussão de casos e a capacitação de profissionais da Atenção Básica, feita no formato de um curso híbrido, visando melhorar o reconhecimento e o encaminhamento precoce de casos para tratamento especializado. O curso de capacitação, com 60 horas de duração e composto por módulos presenciais e a distância, envolveu 104 profissionais da saúde. Ao final do treinamento, 98% dos participantes aprovaram o conteúdo e o formato do curso. A avaliação do conhecimento sobre demência, realizada com o Alzheimer Disease Knowledge Scale (ADKS), demonstrou um aumento significativo no entendimento dos participantes sobre os fatores de risco, diagnóstico e cuidados com as pessoas com demência.
Impacto do Treinamento em Demência para Agente Comunitário de Saúde
O segundo trabalho apresentado foi o “Impacto do Treinamento em Demência para Agente Comunitário de Saúde”, que teve como foco a capacitação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Acompanhantes de Idoso (AI). Este estudo abordou a relevância do treinamento desses profissionais para o reconhecimento precoce dos sinais de demência e o encaminhamento adequado para os serviços especializados.
Por meio de oficinas práticas, o treinamento buscou aprimorar as habilidades dos ACS e dos AI no que diz respeito à identificação dos sinais de demência e ao apoio às famílias que convivem com essa condição. A avaliação após o treinamento revelou um aumento considerável no conhecimento dos participantes sobre os fatores de risco, sintomas e tratamentos da demência. A maior evolução foi observada no domínio relacionado aos fatores de risco, com um aumento de 15% nas respostas corretas.
Este trabalho evidenciou a importância dos ACS e AI na identificação precoce de demência, um passo crucial para garantir um atendimento mais eficiente e eficaz. A proximidade desses profissionais com a comunidade os torna fundamentais no processo de encaminhamento para a atenção especializada.