Hoje é comemorado o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, uma doença neurológica autoimune crônica, que pode deixar sequelas importantes devido ao comprometimento do Sistema Nervoso Central, cérebro, cerebelo e medula. No Brasil, estima-se que existam 40.000 casos da doença, uma prevalência média de 15 casos por 100.000 habitantes, conforme a última atualização da Federação Internacional de Esclerose Múltipla e Organização Mundial da Saúde.
A doença atinge geralmente pessoas jovens, em média entre 20 e 40 anos de idade eé predominante entre as mulheres. A esclerose múltipla se apresenta normalmente em surtos, com alguns sintomas típicos, sendo os principais:
• Fadiga (fraqueza ou cansaço);
• Sensitivas: parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
• Visuais: neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla);
• Motoras: perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade);
• Ataxia: falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios;
• Esfincterianas: dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino;
• Cognitivas: problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação);
• Mentais: alterações de humor, depressão e ansiedade.
A detecção precoce da esclerose múltipla é fundamental para iniciar o tratamento com imunossupressores. Por ser uma doença com múltiplos sintomas em diferentes partes do corpo, a atuação da equipe interdisciplinar em qualquer fase da doença é essencial. No Centro de Reabilitação Lucy Montoro, em São José dos Campos, os profissionais trabalham em conjunto para atender às necessidades globais dos pacientes, que podem apresentar desafios físicos, emocionais e funcionais da doença.
“A equipe interdisciplinar possui o papel importante de fortalecer e preparar tanto o paciente quanto o familiar para possíveis perdas futuras, uma vez que a doença se estabelece em surtos. Desenvolver a potencialidade do indivíduo, com treinamento e adaptações no autocuidado, higiene e vestuário é fundamental para a qualidade de vida desses pacientes e familiares”, diz a Dra. Maria Angélica Ratier, Diretora Técnica da unidade.
A fisioterapia atua nas perdas funcionais, como dificuldade de locomoção e desequilíbrio, com plano de tratamento personalizado para melhorar ou manter a mobilidade e a força muscular. A fonoaudiologia desempenha um papel importante no tratamento das dificuldades de fala e deglutição, utilizando exercícios específicos para melhorar a comunicação e a qualidade da alimentação.
Além disso, a equipe inclui profissionais de psicologia, que oferecem apoio emocional nas fases de luto e aceitação das perdas associadas à esclerose múltipla. O serviço social fornece suporte para questões sociais e financeiras que podem surgir devido à doença, enquanto profissionais da nutrição se concentram em fornecer orientação alimentar adequada.
A terapia ocupacional ajuda os pacientes a recuperar ou manter habilidades práticas para realizar atividades diárias, e a enfermagem oferece orientações sobre os cuidados com a saúde. Os profissionais do condicionamento físico trabalham para manter a aptidão cardiorrespiratória e da força muscular global.
“O tratamento no Centro está sendo muito eficaz. Eu consigo me movimentar bem melhor, e meus sintomas estão melhorando bastante. O atendimento é ótimo e todo mundo é muito prestativo”, diz Cristiani da Silva Cruz, paciente do Centro de Reabilitação Lucy Montoro. Através da colaboração da equipe, os pacientes recebem cuidado abrangente, visando melhorar a qualidade de vida e bem-estar geral.