Com o fim de restrições, como limite de pessoas em locais fechados e aulas totalmente presenciais, doenças que tiveram diminuição no número de novos casos devido aos cuidados adotados contra a Covid-19, devem voltar a aparecer com maior frequência na população. Inclusive, a provável queda na obrigatoriedade do uso de máscaras no futuro pode agravar a situação. Entre as mais esperadas por médicos, epidemiologistas e infectologistas estão catapora, caxumba, rubéola, sarampo e gripe.
Assim como a Covid-19, a transmissão dessas doenças se dá, principalmente, por gotículas. Mas, devido ao uso de máscara e ao distanciamento, houve queda no número dessas infecções, em 2020. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as ocorrências de novos casos de doenças respiratórias caíram em mais de 70% e as internações de casos pediátricos graves, pelo vírus sincicial respiratório (VSR), por exemplo, foram reduzidas em 80% até agosto do ano passado.
No entanto, a própria Fiocruz em seus boletins InfoGripe recentes notou um aumento de internações relacionadas a quadros provocados pelo vírus sincicial respiratório, pelo bocavírus, pelo rinovírus e pelo parainfluenza dos tipos 3 e 4, especialmente entre crianças. Para os especialistas, o aumento está relacionado às flexibilizações nas medidas de contenção da Covid-19 e no retorno às aulas.
A retomada com cautela e a preservação de alguns dos protocolos adotados na pandemia devem continuar sendo levados em consideração, para que essas outras doenças infecciosas continuem sob controle e não acometam um grande número de pessoas ao mesmo tempo. O infectologista da SPDM, Rafael Pardo lembra que “aconselha-se que sempre que uma pessoa tiver sintomas gripais, ela utilize máscara para não contaminar outros indivíduos, mesmo sem ser Covid-19”. Além disso, ressalta que “quem tem problema respiratório, deve priorizar a proteção facial, principalmente em locais fechados”.
Nessa retomada da vida normal, é importante também manter a caderneta de vacinação atualizada, principalmente das crianças, que estão mais vulneráveis a essas doenças por diversos motivos, como nunca terem tido contato com os vírus e estarem, depois de quase dois anos, tendo maior interação com outras pessoas. Ao comentar sobre catapora, caxumba, rubéola, sarampo e gripe, Rafael Pardo lembra que “todas essas são doenças facilmente preveníveis com vacinação e medidas de higiene” e afirma que “manter a carteirinha de vacinação em dia é uma grande forma de prevenir doenças que já possuem vacina”.