Questão clínica | Quão efetivo são antidepressivos para a depressão em pacientes com doenças físicas? |
Contexto | Os antidepressivos são eficazes no tratamento da depressão em populações saudáveis fisicamente, mas há menos certeza quanto à sua utilização em pacientes fisicamente doentes. |
Resultados | Os antidepressivos foram mais eficazes que o placebo no tratamento da depressão em pacientes fisicamente doentes. A superioridade dos antidepressivos sobre o placebo era evidente dentro de 4-5 semanas (NNT = 6) e persistiu após 18 semanas (NNT = 7). A análise de subgrupo mostrou que tanto os antidepressivos tricíclicos (AT) quanto os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) foram superiores ao placebo no tratamento da depressão em pacientes fisicamente doentes. Os antidepressivos foram associados com aumento das taxas de boca seca (AT) e de disfunção sexual (ISRS) em comparação com o placebo. Não houve evidência de diferença nas taxas de abandono entre os antidepressivos. Análise de subgrupo sugeriu que os AT, que muitas vezes são considerados inadequados para pacientes fisicamente doentes, são tão eficazes e aceitáveis para os pacientes como os ISRS. Não há motivos para recomendar um antidepressivo específico, com base nesta revisão, que incluiu estudos avaliando um total de 22 diferentes drogas. *NNT = número necessário para tratar para beneficiar um indivíduo a mais que com placebo. |
Pontos importantes | Na semana 6-8 houve mais desistências entre os pacientes tratados com antidepressivos do que entre os pacientes tratados com placebo (NND =19), mas não foi observada diferença nos outros pontos avaliados. Devido a potenciais vieses, como a publicação seletiva, amostras de pequenas dimensões e a qualidade metodológica variável dos estudos, é provável que os tamanhos dos efeitos obtidos superestimem a eficácia dos antidepressivos. NND = número de pacientes que necessitam ser tratados para se ter um dano (efeito adverso). |
Revisão Sistemática Cochrane | Rayner L et al. Antidepressants for depression in physically ill people. Cochrane Reviews 2010, Issue 3. Article N. CD0057503. DOI: 10.1002/14651858.CD007503.pub2.Esta revisão incluiu 51 estudos com 3.603 participantes. |