Até os 10 anos, a grande maioria das crianças não fuma e não têm ideia de fumar, muito menos planeja usar drogas ilícitas. Mas tal padrão cognitivo é muito diferente em relação às bebidas alcoólicas. Pesquisas nacionais mostram relatos de adolescentes que dizem que: “certamente, em algum momento na vida irão beber” e mais, beber até se embriagar, pois o comportamento é considerado uma forma de diversão! O álcool e o tabaco, drogas ilícitas para eles, são as primeiras drogas de experimentação, sendo a bebida alcoólica a primeira droga de abuso. A maconha, droga ilícita mais consumida do planeta, já é uma realidade como droga de iniciação aqui no Brasil.
Álcool, tabaco e maconha aumentam a exposição e o uso de outras drogas, como os estimulantes, principalmente a cocaína, entre outras. Portanto, urge a implementação de uma política preventiva, que se constrói por meio de modelo de proteção da criança e do adolescente, que desestimule ou retarde o mais possível o consumo, com o objetivo de evitar que o uso de drogas tenha o impacto mais temido no jovem adulto: torná‐lo dependente, e, no extremo, incapacitá‐lo para a vida.
É preciso intervir junto às famílias, pois o adolescente depende de uma comunicação clara das normas para rever seus comportamentos de risco, e evitá‐los. A prevenção começa com o planejamento familiar, redimensionando os comportamentos e hábitos do casal, continua durante a gestação, segue acompanhando o desenvolvimento do recém‐nascido, na infância e na adolescência. Portanto, deveria ser uma prioridade de todos os governos, pois prevenir ainda é muito melhor que remediar, além de trazer menos custos sociais e econômicos.
O tratamento da dependência e suas repercussões são aspectos muito complexos, sendo o
seguimento da política que necessita de mais recursos humanos e financeiros, pois é uma doença crônica, cujo tratamento segue ao longo da vida, além de exigir conhecimentos especializados.
Assim, as políticas de drogas são aquelas que necessitam de investigação aprofundada,
aculturação das ações, financiamento permanente e sustentabilidade. No Brasil é um desafio a ser assumido por todos, principalmente, voltado às medidas relacionadas ao abuso de álcool, uma epidemia sem debate! A ABEAD continua com a missão de manter o debate, atualizado e contínuo, ação fundamental para a compreensão do fenômeno e para prevenção!