A data foi criada por decreto da ONU em 09 de agosto de 1995, como resultado da atuação de representantes de povos indígenas de diversos locais do mundo. Essa atuação visava criar condições para a interrupção dos ataques sofridos pelos povos indígenas em seus territórios, após mais de quinhentos anos de aculturamento e exploração, impostas aos indígenas pelos povos de origem europeia, principalmente.
No Brasil, durante os primeiros anos do descobrimento, os nativos foram tratados como “parceiros comerciais”, graças aos interesses portugueses pelo comércio de pau-brasil. Com a instalação do governo geral, em 1549, intensificou-se a escravidão dos indígenas, causando constantes conflitos. “O Dia Internacional dos Povos Indígenas nada mais é que a reafirmação dos direitos constitucionais, mas também o fortalecimento das culturas dos povos indígenas no Brasil e no mundo’’, diz Jibran Yopopem Patté, indígena e coordenador Técnico na SPDM.
Aumenta violência contra os povos indígenas no Brasil
As invasões de terras indígenas crescem em todo o país. O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi)em 2020, identificou 263 casos de “invasões, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio” indígena.
Os dados de “violência contra a pessoa” mostram que ocorreram 182 assassinatos de indígenas em 2020 , número 63% superior ao de 2019, quando 113 indígenas foram mortos em atos de violência. Nos últimos dois anos os conflitos entre índios e garimpeiros se intensificaram, principalmente na região amazônica.
O último levantamento feito pelo Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, está defasado. A pesquisa apontou que existem cerca de 850 mil indígenas que habitam o território nacional, divididos em mais de 200 etnias. O próximo censo, que está sendo realizado, deverá ser publicado ainda este ano.