Nesta quinta-feira (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM) da Vila Mariana, inaugura um serviço especial: o Centro de Promoção de Esperança e Prevenção ao Suicídio – Conversas de Vida.
Composto por psiquiatras, psicólogos, neuropsicólogos, enfermeiros e assistentes sociais – profissionais já atuantes no CAISM e voluntários –, o serviço visa contribuir para a redução das taxas de suicídio por meio do atendimento de pessoas em risco, da capacitação para escolas e empresas e da realização pesquisas sobre o tema. A unidade é gerenciada pela SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina em parceira com a Unifesp, por meio de um convênio tripartite com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A população atendida incluirá crianças, adolescentes, adultos e idosos que apresentem risco ou comportamento suicida. Todos os casos serão avaliados inicialmente em triagem por um psiquiatra, a fim de definir a melhor forma de tratamento e o planejamento terapêutico.
O Conversas de Vida funcionará de maneira integrada com o acolhimento do CAISM, com representantes nas unidades assistenciais e fluxo compartilhado para o manejo de risco de suicídio. De acordo com a gravidade do quadro, o paciente será direcionado para uma das quatro modalidades de atendimento: ambulatório, para a reabilitação psicossocial; Hospital Dia, para atendimento semi-intensivo; pronto-socorro, para abordagem de urgência ou emergência; e internação, para pacientes com transtorno mental em situação de crise que necessitam de cuidado em ambiente continuamente protegido. Além disso, o Conversas de Vida oferecerá serviços ambulatoriais específicos, às sextas-feiras, entre 13h e 18h, com agendamento prévio para pacientes que não estejam em situação de risco iminente.
“No mundo, ocorrem 800 mil mortes por suicídio ao ano, o que significa uma morte a cada quarenta segundos. E cada morte por suicídio é uma morte que poderia ser evitada. Nós acreditamos que todo o esforço deve ser feito para salvar essas vidas”, comenta o diretor clínico do CAISM e responsável pelo Centro de Prevenção ao Suicídio, Elson Asevedo.
Como pacientes com comportamento suicida exigem um cuidado mais próximo, a assistência será realizada inicialmente com atendimentos presenciais. Após fluxo presencial bem estabelecido, a intenção é ofertar também a modalidade de telemedicina, minimizando a circulação e a propagação do novo coronavírus.
A criação desse Centro especial, no cenário atual, visa contribuir para minimizar os impactos na saúde mental associados à pandemia de COVID-19. “Isolamento, mudança de rotina, redução de acesso a tratamento, dificuldades econômicas, medo do adoecimento e da morte, experiências de adoecimento pessoal e óbito de pessoas próximas são alguns dos fatores que contribuem para que o sofrimento psíquico seja uma das consequências mais disseminadas e graves da pandemia”, comenta Asevedo.
Para desenvolver uma tecnologia de cuidado de pacientes com comportamento suicida baseada nas melhores evidências científicas, o Conversas de Vida buscará trabalhar em conjunto com outras unidades de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ambulatórios, prontos-socorros e hospitais.