A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou, em 26 de novembro, a B.1.1.529 como “variante de preocupação” do novo coronavírus. Denominada “Ômicron”, a mutação foi originalmente descoberta na África do Sul e reforçou novamente o alerta em autoridades mundiais de que as medidas não farmacológicas, como uso de máscara, e vacinação devem ser prioridades para impedir que o SARS-CoV-2 continue sofrendo alterações.
Por conter mais de 50 mutações, sendo 43 na proteína spike, chave usada pelo vírus para se conectar à célula, a Ômicron possui potencial para alta taxa de transmissão, no entanto, pesquisadores afirmam que essas características não significam que a variante seja mais perigosa. “As informações, até o momento, mostram que os infectados pela Ômicron têm evoluído com quadros leves a moderados. Essa é uma boa notícia. Sendo assim, é possível que o impacto desta variante em uma população vacinada seja pequeno, porém, é cedo para definir o comportamento epidemiológico”, afirma o infectologista Eduardo Medeiros, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) Corporativa dos Hospitais Afiliados a SPDM.
O SARS-CoV-2 busca se adaptar para melhorar suas características e assim se multiplicar e aumentar sua transmissão para outros hospedeiros. Desta maneira, populações com baixa taxa de vacinação, como na África do Sul, onde os primeiros casos da variante foram reportados à OMS, e falta de medidas preventivas como uso de máscara, distanciamento e higiene das mãos tornam-se ambientes perfeitos para que o vírus se espalhe mais rapidamente e assim sofra mutações.
Mesmo os países onde a vacinação tem avançado não estão totalmente seguros contra a Ômicron. “Não sabemos se a resposta vacinal será afetada por esta variante. Porém, pessoas com doses completas da vacina contra Covid-19 têm menor risco de adquirir a infecção e, se tiverem a doença, menor possibilidade de evolução para quadros graves, internações e mortes quando comparado aos indivíduos não vacinados”, ressalta Eduardo Medeiros, ao lembrar a importância de se ter o ciclo vacinal completo, ou seja, as duas doses.
No Brasil, a terceira dose já está sendo aplicada em algumas cidades em quem completou o ciclo vacinal há, pelo menos, cinco meses. Pesquisas apontam diminuição da resposta imunológica e dos anticorpos com o passar do tempo, principalmente seis meses após a segunda dose. Para saber mais sobre a importância da dose de reforço, acesse aqui.