O último mês do ano é marcado pela campanha Dezembro Vermelho, que visa a luta contra a Aids em todo o mundo, com ações, informações e campanhas das unidades de saúde e organizações voltadas para ampliar o conhecimento das pessoas acerca do assunto.
Já o dia primeiro de dezembro foi instituído como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data tem basicamente o mesmo objetivo: conscientizar a população sobre a necessidade da prevenção e promover o entendimento sobre o tratamento da doença, além de combater todas as formas de preconceito e discriminação àqueles que vivem com o vírus HIV.
A Aids é uma doença sexualmente transmissível, que pode ser prevenida com a utilização de preservativos, tanto masculino quanto feminino, e o uso adequado da PrEP, Profilaxia Pré-Exposição ao HIV e da PEP, Profilaxia Pós-Exposição, todos os três disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
A PrEP consiste na tomada diária de um comprimido que prepara o organismo para enfrentar um possível contato com o HIV, ou seja, o indivíduo se previne antes de ter uma relação sexual de risco para o vírus. No entanto, há o risco de outras doenças sexualmente transmissíveis, cuja contaminação não é evitada com a PrEP. “O ideal é que sempre que a PrEP for utilizada, o preservativo também seja usado a fim de proteger o paciente de outras infecções sexualmente transmissíveis”, ressalta Rafael Pardo, infectologista que atua em unidades gerenciadas pela SPDM, ao lembrar a importância da camisinha.
Em caso de relação sexual sem proteção, seja porque a camisinha não foi usada ou porque se rompeu durante a penetração, também há maneiras de evitar infecção pelo HIV. Depois do contato sexual, o vírus pode levar até 72 horas para conseguir atravessar a superfície dos genitais, vencer as defesas naturais do corpo e finalmente infectar a pessoa. Neste período, pode-se usar medicações como a Profilaxia Pós-Exposição, conhecida pela sigla PEP e também disponível no SUS.
“A Pep deve ser utilizada por 28 dias. A medicação age inibindo a entrada do HIV nas células e na replicação viral do mesmo. Vale lembrar que a medicação deve ser tomada no máximo 72 horas depois da ruptura da camisinha ou de qual seja a exposição”, alerta Rafael Pardo.
Já quem tem a doença, pode ter uma vida normal com tratamentos adequados, exames e acompanhamento médico. Desta forma, é possível não ser um transmissor do vírus e assim ter relações sexuais seguras com o parceiro ou parceira e até mesmo ter filhos sem que nasçam com a doença.
“O tratamento de pacientes portadores de HIV se dá através da terapia antirretroviral. O paciente deve fazer uso regular e adequado do medicamento conforme orientação de seu/sua infectologista. Após um período de uso, que pode variar de pessoa para pessoa, ocorre a indetecção da carga viral (pacientes passam a apresentar cargas de HIV tão baixas que passam a ser indetectáveis pelos métodos atuais de detecção). Quando atinge esse patamar, o paciente deixa de ser transmissor de HIV”, explica Rafael.