O Setembro Verde é uma campanha que busca conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. O Brasil ocupa a segunda posição entre os países que mais realizam transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas, ainda assim, a fila de espera é grande.
Com a pandemia do Coronavírus houve uma diminuição considerável de doadores de órgãos. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o número de doadores de órgãos em 2021 foi 4,5% menor que o registrado em 2020. Em números absolutos, a diferença foi de 123 a menos. Enquanto, em 2020, eles eram 3.330, em 2021 houve 3.207 doadores. Em 2019, antes da pandemia, foram 3.768.
Confira abaixo algumas questões que podem causar dúvida sobre a doação de órgãos:
Preciso deixar algum documento para doar meus órgãos?
No Brasil, a doação só será realizada após a autorização familiar e não há nenhuma lei que garanta que a vontade do doador seja atendida. Nem mesmo a informação registrada no documento de identidade tem valor se a família for contrária à doação. Portanto, a melhor maneira de conseguir que o desejo do doador seja respeitado, é expressar esse desejo aos familiares. Assim, na maioria das vezes, o pedido é atendido. Mas um registro sobre a vontade também pode ser aceito caso haja uma decisão judicial nesse sentido.
Quantas pessoas consigo ajudar com a doação de órgãos?
Um único doador de órgãos e tecidos pode beneficiar até 10 pessoas que aguardam por um transplante.
Quais são os órgãos e tecidos do corpo que podem ser doados?
De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador.
Quem pode doar órgãos? É possível doar em qualquer idade?
Qualquer um com boa saúde avaliada pelo médico pode doar. Mas é necessário atender a certos limites de idade: 75 anos para os rins, 70 para o fígado, 69 anos para sangue, 65 para peles, ossos e válvulas cardíacas, 55 para o pulmão, coração e medula óssea, e 50 para o pâncreas. Para córneas não há limite estabelecido.
Quais doenças seriam um impeditivo para a doação?
As pessoas que não podem ser doadoras são as com doenças infectocontagiosas como, por exemplo, hepatites B e C, soropositivos, pessoas com doenças degenerativas crônicas ou tumores malignos, pacientes que tenham sepse ou Insuficiência de Múltiplos Órgãos e Sistemas (IMOS).
Posso fazer doação de órgãos em vida?
Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte dos pulmões, ou medula óssea. É necessário ser maior de idade e juridicamente capaz, e saudável. Em todos os casos, é preciso a compatibilidade sanguínea. De acordo com a legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. No caso de não parentes, somente com autorização judicial.
A família do doador arca com os custos da doação?
A família do doador não tem custos nem ganhos financeiros com a doação dos órgãos ou tecidos. O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 95% deles.