A crise hídrica que afeta diversos Estados, principalmente no Sudeste brasileiro, tem provocado uma mudança de cultura da população e providências emergenciais das organizações. A água, considerada um dos grandes patrimônios do Brasil por sua abundância — o País tem aproximadamente 16% da água doce do Planeta—, tornou-se escassa devido à irregularidade do período de chuvas na região, entre outros fatores. Inúmeros reservatórios ficaram vazios, as torneiras secaram e a preocupação está no desabastecimento de serviços essenciais, como hospitais, postos de saúde e escolas.
Na Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), as três superintendências — Hospital São Paulo, Instituições Afiliadas e Programa de Atenção Integral à Saúde (PAIS) — estão desenvolvendo planos de contingência para enfrentar o problema sem comprometer a qualidade do atendimento à população. Campanhas educativas para os funcionários sobre o uso consciente, adoção de água de reúso para limpeza e manutenção de áreas verdes, bem como investimento em redutores de vazão para torneiras e chuveiros, são algumas das providências empregadas no momento.
“Infelizmente, a população e as organizações estão aprendendo a usar a água de forma racional da pior forma possível. A falta d’água tem grande interferência na rotina das pessoas: nada pior que não conseguir tomar um banho ao final de um dia de trabalho ou ter de planejar o melhor período do dia para realizar atividades que envolvem maior consumo de água. Nunca se viu um interesse tão grande nos índices pluviométricos da cidade, se vendeu tanta caixa d’água e foram apresentadas soluções tão criativas para utilizar a água da melhor forma possível como nos últimos meses”, atesta o engenheiro ambiental Jonas Age Saide Schwartzman.
“Como dizem que toda crise gera oportunidades, creio que a crise hídrica deixa como lição a importância da conscientização da população sobre o uso racional da água, bem como a necessidade de adoção de soluções inteligentes em edifícios, tais como o aproveitamento de água de chuva, utilização de água não potável para descarga de sanitários e tratamento de efluentes para fins de reuso”, finaliza.