O departamento de urologia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo – o conhecido Centro de Referência de Saúde do Homem – unidade da Secretaria de Estado da Saúde gerenciada em parceria com a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, realizou um estudo que reduziu pela metade a taxa de infecção em pacientes que passaram por biópsia de próstata desde 2017.
A nova técnica adotada otimiza a esterilização do material e a limpeza do reto por onde passa a agulha da biópsia. Com isso, houve uma queda de 4,1% para 2% nas infecções. Esse tipo de contaminação pode causar internação, retorno em pronto-socorro, entre outros incômodos.
Cerca de 800 homens que passaram pelo exame de biópsia com suspeita de câncer de próstata participaram da pesquisa. De acordo com o urologista e coordenador do trabalho, José Pontes Jr., o procedimento é necessário para o diagnóstico e comumente a biópsia é realizada pela via transretal, guiada por ultrassom. “O problema ao realizar o exame é que existe uma chance maior de infecção após a biópsia, mesmo usando antibióticos, uma vez que o reto é repleto de bactérias. As taxas de infecção são ao redor de 5% e septicemia de 1%”, explica.
Apresentado no congresso anual da Associação Americana de Urologia, em Chicago, o trabalho foi o único da área de biópsias em toda América Latina.
O departamento de urologia – Centro de Referência em Saúde do Homem
A unidade já soma 33.500 cirurgias (sendo cerca de 9 mil para retirada de câncer de próstata) e 155 mil consultas, desde 2009 até dezembro de 2018. Recebeu em 2017 o mais moderno equipamento para tratamento do câncer prostático do país – o High Frequency Ultrassound (Hifu) Focal One, único no SUS, adquirido por R$ 3,1 milhões e que já atendeu 194 homens, em procedimentos rápidos que podem durar até uma hora. Complicações como incontinência urinária, impotência ou infecções, comuns em cirurgias convencionais, são praticamente nulas.