O Hospital Geral de Pedreira, gerenciado pela SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, atendeu, em 2019, 420 indígenas. Foram 113 atendimentos no pronto-socorro adulto, 126 no pronto-socorro infantil, 19 no ambulatório de egressos (pós-operatório) e 161 internações. A unidade é referência no atendimento à gestação de alto risco e à população indígena no geral do extremo sul da cidade de São Paulo.
As pessoas que vivem em aldeias indígenas no estado de São Paulo inicialmente são atendidas por equipes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e, também, por profissionais do próprio município em que vivem. Os atendimentos são feitos nas próprias aldeias e, se constatada necessidade de atendimento de maior complexidade, o paciente é encaminhado para os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) de sua respectiva cidade. O Hospital Geral de Pedreira é uma dessas unidades que recebem pacientes indígenas que apresentam afecções de média-alta complexidade.
“O nosso programa de atenção diferenciada aos indígenas garante o acesso à saúde e respeita seus princípios, crenças e hábitos, seguindo as diretrizes do SUS e contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política”, explica Nicole Bertazzola Gracitelli, diretora clínica do Hospital Geral de Pedreira e especialista em saúde indígena. “Temos métodos específicos para tratar esses pacientes em termos de alimentação, gestação e alta, sempre respeitando suas tradições”, diz.
A unidade atende a população Guarani M’Bya, das aldeias do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do litoral sul de São Paulo, que possuem cerca de 1.500 habitantes. Os pacientes são recebidos com atenção diferenciada, que prioriza o atendimento e considera todas as práticas utilizadas por eles para prevenir, diagnosticar, tratar ou aliviar um problema de saúde.
Seguindo as diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, elaboradas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o H. Pedreira trabalha de acordo com os costumes dos pacientes indígenas e adotou procedimentos que respeitam suas normas e valores. As refeições dos pacientes que precisam fazer dieta, por exemplo, são constituídas apenas de ingredientes aceitos e solicitados por eles.
Nos casos de pacientes gestantes, a grande maioria solicita o recebimento de sua placenta. A equipe de profissionais é preparada para, com os devidos cuidados, entregar a placenta à parteira responsável pela gestante, para que possa ser levada à aldeia e realizados os rituais tradicionais indígenas.
Nos processos de alta, a unidade se certifica da liberação do paciente somente com acompanhamento de um Agente Indígena de Saúde (AIS), que deve ir com o usuário até sua aldeia e garantir a segurança do processo.
Hospital Geral de Pedreira
O Hospital Pedreira atende às especialidades de clínica médica, pediatria, cirurgia-geral, ginecologia e obstetrícia e ortopedia. Também oferece atendimentos na área de neonatologia com suporte de equipes de especialidades cirúrgicas. A equipe multiprofissional disponibiliza atendimento em fisioterapia e fonoaudiologia para pacientes internados.
Com mais de 22 mil metros quadrados de área construída, a unidade possui pronto-socorro adulto e infantil 24 horas, sete salas de cirurgia e 289 leitos – de enfermaria adulto e pediátrica, maternidade, UTI adulto, pediátrica e neonatal, atendidos por mais de 1.300 colaboradores, 338 médicos e 657 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, entre outros profissionais. Conta, ainda, com um Banco de Leite e um Banco de Sangue.