Três vítimas fatais e outras 17 com múltiplas fraturas e escoriações. Esse foi o cenário de uma simulação realística do Plano de Catástrofe 2016, realizada na manhã desta quinta-feira (16), no Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso (HMPB), unidade da Prefeitura administrada em parceria com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). A iniciativa é resultado de um trabalho conjunto com a Rede de Urgências e Emergências da Secretaria de Saúde (RUE).
Com a previsão de um grande fluxo de pessoas circulando pelo município durante os Jogos Olímpicos, especialmente no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, a ação teve por objetivo preparar os profissionais da instituição para ocorrências de desastre com um grande número de vítimas. O simulado envolveu toda a equipe multidisciplinar do hospital para a garantia de um atendimento organizado, seguro e de qualidade.
A simulação teve início às 10h e foi acionada através do Plantão Administrativo (“PTA”) do hospital, que recebeu a notícia de um atentado terrorista durante a passagem da Tocha pelo município e anunciou o Código Vermelho pelo sistema de áudio interno. O aviso foi repetido durante 30 segundos a cada dois minutos nos primeiros dez minutos de acionamento. O “PTA” comunicou as diretorias Administrativa, Clínica, Técnica e de Enfermagem, a agência transfusional e o laboratório.
Imediatamente, a sala de emergência foi evacuada para receber as vítimas do atentado e os pacientes internados foram removidos para a sala de recuperação de endoscopia, que tem capacidade para atender pelo menos cinco pacientes graves e com respiração mecânica. Os atendimentos no setor de ambulatório e pronto-socorro adulto e infantil foram suspensos e metade do espaço da recepção do ambulatório foi esvaziado para a triagem das vítimas.
Exames laboratoriais de rotina e no setor de radiologia também foram suspensos e os espaços ficaram à disposição das vítimas. O mesmo aconteceu com as cirurgias eletivas no Centro Cirúrgico e o os procedimentos de EDA (Endoscopia Digestiva Alta).
Foi utilizado protocolo do Ministério da Saúde para identificar as prioridades de atendimento, bem como os setores para os quais as vítimas seriam encaminhadas: vermelho, preto, verde e amarelo e setor de descontaminação, sendo este último o destino imediato caso houvesse suspeita de fragmento radioativo.
“Nossa intenção foi preparar as equipes para salvar o maior número de vítimas possível em uma situação como essa”, explicou a coordenadora técnica de enfermagem, Eliene Aparecida Cerqueira Marcos. O simulado contou com estrutura de diversos equipamentos e mobilizou dezenas de profissionais, incluindo cirurgiões, intensivistas, neurologistas, neurocirurgiões, ortopedistas e pediatra. Além disso, também foram acionadas as equipes de enfermagem, fisioterapia, radiologia, do centro cirúrgico e a segurança.
A médica Magda Costa Silva, coordenadora da Regulação de Urgências e Emergências da Secretaria de Saúde, que já atuou em situações reais de catástrofes verdadeiras, como a queda do avião da TAM em 2007 e o desabamento da igreja evangélica na avenida Lins de Vasconcelos, na Capital, parabenizou a iniciativa. “Esse simulado já é fruto do trabalho de sensibilização da RUE”, explicou.